Google e Mastercard monitoram compras em segredo
san francisco e nova
york Nos últimos 12 meses, alguns anunciantes do Google tiveram acesso a uma nova ferramenta para monitorar se propagandas veiculadas pela internet levavam à venda em uma loja física nos Estados Unidos.
Essa informação vem, em parte, de uma pilha de transações da Mastercard pelas quais o Google pagou.
A maioria dos 2 bilhões de detentores de cartões Mastercard não está ciente desse monitoramento feito nos bastidores. É que as empresas nunca anunciaram publicamente o acordo.
O Google, que pertence à Alphabet, e a Mastercard estabeleceram uma parceria comercial durante cerca de quatro anos de negociações, de acordo com quatro pessoas a par da transação —três delas trabalharam diretamente nela.
A aliança deu ao Google um recurso sem precedentes para mensurar os gastos do varejo e competir com gigantes como a Amazon.
O acordo pode gerar grandes preocupações com a privacidade, diante da quantidade de dados dos consumidores que as empresas de tecnologia capturam silenciosamente.
“As pessoas não esperam que o que elas compram em uma loja física seja vinculado ao que elas compram pela internet”, disse Christine Bannan, advogada do Epic (Electronic Privacy Information Center).
O Google pagou milhões de dólares à Mastercard pelos dados, de acordo com duas pessoas que trabalharam no acordo, e as empresas discutiram a possibilidade de compartilhar parte da receita obtida com publicidade, segundo uma fonte.
O Google, por meio de um porta-voz, disse que não existe nenhum acordo de divisão de receita com seus parceiros. Ele não quis comentar essa parceria, mas abordou a ferramenta de anúncios.
“Antes de lançarmos este produto beta no ano passado, criamos uma nova tecnologia de criptografia que impede que tanto o Google quanto nossos parceiros vejam as informações de identificação pessoal de nossos respectivos usuários”, informou o Google em um comunicado.