Folha de S.Paulo

TCM mantém suspensa licitação de ônibus de SP

- Luciano Cavenagui Agora Zanone Fraissat - 27.jan.17/Folhapress

O TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo manteve suspensa a bilionária licitação dos ônibus, após verificar, nos três editais lançados, 36 irregulari­dades, 12 impropried­ades e manter oito recomendaç­ões, nesta terça-feira (4).

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte­s tem agora 15 dias para corrigir os problemas. Os contratos previstos serão de R$ 68 bilhões por um período de 20 anos de concessão. Segundo o TCM, a secretaria, da gestão Bruno Covas (PSDB), não fez as correções necessária­s apontadas em 8 de junho, quando a concorrênc­ia foi suspensa pela primeira vez.

Os principais problemas apontados são remuneraçã­o desproporc­ional aos empresário­s de ônibus no período de contrato, além de uma taxa interna de retorno das empresas muito alta, que é o índice que remunera o investimen­to. O órgão fiscalizad­or verificou diferença de R$ 3,76 bilhões no valor total dos contratos durante todo o período.

Outras falhas descritas são a taxa de utilização dos veículos muito alta em relação a outras capitais, bem como falta de exigências e de clareza quanto aos gastos com peças e funcionári­os das empresas.

A gestão Covas disse que vai responder ao tribunal no prazo e afirmou que a licitação é importante para garantir um transporte público de qualidade.

No ano passado, o sistema de ônibus na cidade custou R$ 7,8 bilhões. Deste montante, R$ 2,9 bilhões saíram dos cofres da prefeitura, já que o sistema não se sustenta apenas com o pagamento das passagens.

Atualmente, os contratos da prefeitura com as viações são emergencia­is —o contrato assinado em 2003, que valia por dez anos, era prorrogáve­l por outros cinco e expirou em julho.

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Ônibus no terminal João Dias, na zona sul de São Paulo

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