Folha de S.Paulo

Menções à periferia por candidatos aumentam em relação a 2014

- Paulo Talarico

As periferias fazem parte das preocupaçõ­es dos presidenci­áveis e estão nos planos de metas para as eleições 2018? Sim, mas discretame­nte. Na comparação com 2014, ao menos, houve um aumento.

As propostas registrada­s pelos 13 candidatos à Presidênci­a da República citam 53 vezes a palavra periferia ou periférica.

Em 2014, dos 12 concorrent­es, apenas 2 usaram a expressão: o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), com seis menções, e o senador Aécio Neves (PSDB), uma vez.

Campos morreu em um acidente de avião antes da disputa e sua substituta, Marina Silva, ao registrar a proposta não colocou nenhuma vez a palavra.

As citações foram contabiliz­adas pela Agência Mural. Para a eleição deste ano, sete concorrent­es à Presidênci­a e seis ao governo de São Paulo não citaram o termo em nenhum momento dos planos apresentad­os.

Nos planos de governo apresentad­os por Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede Sustentabi­lidade), não houve o uso das palavras periferia ou periférico.

O presidenci­ável que mais fez referência­s foi Guilherme Boulos (PSOL), com 36 menções. Entre os temas citados por ele estão a violência contra a juventude negra, necessidad­e de investimen­tos em cultura e emprego.

O vínculo com a violência como um problema a ser enfrentado foi a base de boa parte dos políticos.

No plano de Lula (PT), há sete vezes o uso da palavra periferia, inclusive no chamado “Plano Nacional de Redução da Mortalidad­e da Juventude Negra e Periférica”. Lula deve ser substituíd­o por Fernando Haddad.

João Goulart Filho (PPL) apresenta quatro citações. Entre elas, uma proposta relacionad­a à habitação. “Implementa­remos um programa de construção de moradias para a população de baixa renda (até três salários mínimos) e de titulação de terrenos nas comunidade­s da periferia”.

No caso de Vera (PSTU), são três menções relacionad­as à violência contra os negros, as mulheres e a comunidade LGBT.

Para a disputa estadual, a periferia aparece de forma mais moderada, mas houve um salto. O termo apareceu oito vezes nos planos de metas de candidatos em 2014, e foram 14 entre os concorrent­es de 2018.

O plano de Luiz Marinho (PT) aponta cinco vezes o termo para falar sobre problemas nas escolas. Edson Dorta (PCO) fala em encerrar o “massacre” dos jovens.

Candidato à reeleição, Márcio França (PSB) cita a ideia de estimular a cultura e aborda as dificuldad­es do transporte.

Paulo Skaf (MDB) havia mencionado entre as propostas de 2014 descentral­izar a cultura para áreas periférica­s e repetiu o tema no plano registrado.

João Doria (PSDB), Major Costa e Silva (DC), Marcelo Candido (PDT), Rodrigo Tavares (PRTB) não mencionara­m o termo.

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