Bolsonaro é esfaqueado em Minas; adversários repudiam atentado
* DEPUTADO É OPERADO EM JUIZ DE FORA E SEU QUADRO É ESTÁVEL * AGRESSOR AFIRMA À POLÍCIA QUE AGIU A MANDO DE DEUS * EXPECTATIVA ELEITORAL FAZ BOLSA SUBIR 1,76% E DÓLAR CAIR
Jair Bolsonaro, 63, candidato do PSL à Presidência, foi esfaqueado na tarde desta quinta (6) durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Com uma faca de cozinha, Adelio Bispo de Oliveira, 40, avançou contra o deputado, atingindo-o no abdômen. Levado à Santa Casa, Bolsonaro passou por cirurgia, em que foram constatadas lesões no intestino e em veia que irriga a região. Perdeu muito sangue. “Nunca fiz mal a ninguém”, disse, deitado no leito hospitalar, em vídeo divulgado no começo desta madrugada.
O atentado foi repudiado por seus adversários na corrida eleitoral, pelo presidente Michel Temer (MDB), pela ministra Cármen Lúcia (STF) e por outras autoridades. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse que “incentivar o ódio cria esse tipo de atitude”. Gustavo Bebianno, dirigente do PSL e braço direito de Bolsonaro, afirmou à Folha que “agora é guerra”.
Oliveira foi preso imediatamente. Declarou que agiu por motivos pessoais e a mando de Deus. Filiado ao PSOL de 2007 a 2014 e, segundo uma sobrinha, missionário evangélico, fazia críticas a Bolsonaro, a Temer e à maçonaria em redes sociais.
Bolsa (1,76%) e dólar (-0,94%) aceleraram tendências após o atentado.
são paulo Líder nas intenções de voto no cenário mais provável da corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) foi vítima de uma facada na região abdominal durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Levado às pressas para o hospital, foi submetido a uma cirurgia de emergência.
Segundo boletim médico, Bolsonaro, 63, sofreu cinco lesões: uma na artéria mesentérica superior, outra no intestino grosso e três no intestino delgado. Ainda de acordo com os médicos, a hemorragia decorrente das lesões foi controlada na cirurgia e o candidato foi encaminhado à UTI. Sua condição era estável. Especialistas estimam o prazo de recuperação entre três e quatro semanas.
O autor do atentado é Adelio Bispo de Oliveira, 40, que foi preso no ato. Ex-filiado ao PSOL, disse que agiu por motivos pessoais e em nome de Deus, segundo a polícia.
O atentado, o primeiro contra um candidato presidencial em período democrático, recebeu imediata condenação de autoridades e adversários de Bolsonaro na corrida para o Palácio do Planalto —mesmo por parte de seus opositores mais ferrenhos.
O presidente Michel Temer afirmou que o ato é “lamentável para democracia”. A presidente do STF, Cármen Lúcia, manifestou preocupação com as garantias às liberdades para candidatos e eleitores.
Aliados de Bolsonaro prometeram reação. “Agora é guerra”, disse o presidente do PSL, Gustavo Bebianno. O candidato a vice na chapa, general Antônio Hamilton Mourão, disse que o candidato sairá do episódio maior do que entrou.
A Polícia Federal, que já havia alertado o candidato sobre sua exposição excessiva durante atos de campanha, deverá reforçar a segurança para candidatos. Em reunião, o Alto Comando do Exército avaliou que é alto o risco de haver recrudescimento da violência política.