“A situação era gravíssima”, diz médico que o operou
O médico Glaucio Souza, um dos cirurgiões que operou Jair Bolsonaro, afirmou à Folha que o candidato do PSL ainda corre risco de vida, mas suas chances de recuperação são muito boas. Ele falou com a reportagem por telefone logo após a cirurgia.
Que tipo de dano a facada causou ao candidato Jair Bolsonaro?
Foi apenas uma facada, mas bem profunda, que, no seu trajeto, lesou várias partes do intestino e uma veia, que foi responsável pela queda de pressão. É uma veia do mesentério, que irriga o abdômen.
Qual era o estado do candidato quando ele chegou ao hospital?
Ele chegou num estado muito grave, com a pressão baixa devido ao sangramento —um estado que chamamos de choque. Ou seja, a situação era gravíssima.
Qual foi o procedimento adotado?
Ele passou por uma avaliação inicial médica e uma tomografia e, imediatamente, ao centro cirúrgico. O sangramento era interno.
Por isso que era impossível ver o sangue nos vídeos? Exatamente. Houve alguma suspeita de lesão no fígado? Não. Isso foi boato. Por que a equipe optou pela colostomia?
Devido à gravidade da lesão, o intestino poderia infectar e causar vários danos para o paciente.
Qual é o prognóstico do candidato?
Ele está numa situação grave e corre risco de vida, mas tem tudo para sair bem. O prognóstico é muito bom. A expectativa de recuperação é boa. Ele está consciente e conversou com os filhos. A cirurgia foi muito bem sucedida.