Folha de S.Paulo

“A situação era gravíssima”, diz médico que o operou

- Raquel Landim

O médico Glaucio Souza, um dos cirurgiões que operou Jair Bolsonaro, afirmou à Folha que o candidato do PSL ainda corre risco de vida, mas suas chances de recuperaçã­o são muito boas. Ele falou com a reportagem por telefone logo após a cirurgia.

Que tipo de dano a facada causou ao candidato Jair Bolsonaro?

Foi apenas uma facada, mas bem profunda, que, no seu trajeto, lesou várias partes do intestino e uma veia, que foi responsáve­l pela queda de pressão. É uma veia do mesentério, que irriga o abdômen.

Qual era o estado do candidato quando ele chegou ao hospital?

Ele chegou num estado muito grave, com a pressão baixa devido ao sangrament­o —um estado que chamamos de choque. Ou seja, a situação era gravíssima.

Qual foi o procedimen­to adotado?

Ele passou por uma avaliação inicial médica e uma tomografia e, imediatame­nte, ao centro cirúrgico. O sangrament­o era interno.

Por isso que era impossível ver o sangue nos vídeos? Exatamente. Houve alguma suspeita de lesão no fígado? Não. Isso foi boato. Por que a equipe optou pela colostomia?

Devido à gravidade da lesão, o intestino poderia infectar e causar vários danos para o paciente.

Qual é o prognóstic­o do candidato?

Ele está numa situação grave e corre risco de vida, mas tem tudo para sair bem. O prognóstic­o é muito bom. A expectativ­a de recuperaçã­o é boa. Ele está consciente e conversou com os filhos. A cirurgia foi muito bem sucedida.

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