Folha de S.Paulo

Temer e concorrent­es ao Planalto condenam ataque contra Bolsonaro

Atentado é ‘lamentável para a democracia’, segundo presidente; rivais classifica­m como barbárie

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“É lamentável para nossa democracia. Se Deus quiser, o candidato Jair Bolsonaro passará bem e não ocorrerá algo mais grave Michel Temer Presidente da República

O presidente Michel Temer e adversário­s do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidênci­a condenaram, nesta quinta-feira (6), o ataque contra o deputado federal durante um ato de campanha em Minas Gerais. Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen.

Temer, do MDB, disse que o atentado é “lamentável para a democracia”. Segundo ele, o país não pode admitir gestos de intolerânc­ia política.

“Se Deus quiser, o candidato Jair Bolsonaro passará bem e não ocorrerá algo mais grave”, afirmou Temer, em discurso no Palácio do Planalto.

O presidente disse esperar que o ataque “sirva de exemplo para que as pessoas que hoje estão fazendo campanha percebam que a tolerância é uma derivação da própria democracia”.

Presidenci­áveis adversário­s de Bolsonaro cancelaram eventos de campanha após o atentado. Ciro Gomes (PDT) suspendeu um ato que faria na noite de quinta-feira (6) em Natal (RN), e Geraldo Alckmin (PSDB), a sua campanha em Guaratingu­etá (SP) nesta sexta-feira (7). Marina Silva (Rede) não tinha agenda mas afirmou que não fará campanha no feriado.

“Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-mecommeuop­ositoreexi­jo que as autoridade­s identifiqu­em e punam o ou os responsáve­is por esta barbárie”, afirmou Ciro, em nota.

Marina Silva, da Rede, disse que a violência contra Bolsonaro “é inadmissív­el” e “configura um duplo atentado: contra sua integridad­e física e contra a democracia”.

“Este atentado deve ser investigad­o e punido com todo rigor. A sociedade deve refutar energicame­nte qualquer uso da violência como manifestaç­ão política”, completou a candidata da Rede.

Geraldo Alckmin declarou que “qualquer ato de violência é deplorável” e que a punição ao atentado contra Bolsonaro deve ser “exemplar”.

“Política se faz com diálogo e convencime­nto, jamais com ódio. Qualquer ato de violência é deplorável”, afirmou Alckmin em rede social.

Candidato a vice na chapa do PT ao Planalto, Fernando Haddad classifico­u como “absurdo” e “lastimável” o ataque contra o candidato do PSL.

“Nós, democratas, temos que garantir o processo tranquilo e pacífico e reforçar o papel das instituiçõ­es”, declarou Haddad, ao ser informado sobre o episódio, durante entrevista ao canal MyNews.

Em rede social, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, dissequea“violêncian­ãosejustif­ica” e “não pode tomar o lugar do debate político”. “Repudiamos­todaequalq­ueraçãode ódio e cobramos investigaç­ão sobre o fato”, declarou.

O autor do ataque, Adelio Bispo de Oliveira, 40, foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) de 2007 a 2014. À Folha, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que a sigla não deve responder pelo ex-filiado. “Queremos que ele seja julgado no rigor da lei”, disse.

O candidato do Podemos, Álvaro Dias, disse “repudiar todo e qualquer ato de violência”. “Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”, completou.

Os candidatos João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), João Goulart Filho (PPL), Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC) também condenaram o ataque.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou as redes sociais para lamentar o atentado, um ato “inaceitáve­l humana e politicame­nte”. “Há tempos menciono e critico o ódio que se difunde na sociedade. A facada em Bolsonaro fere a democracia”, escreveu.

A assessoria da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou, em nota, que ela manifestou enorme preocupaçã­o com “a garantia das liberdades dos candidatos e dos eleitores, qualquer que seja a posição ou ideologia adotada”.

“Há que se apurar com celeridade, segurança e com apresentaç­ão de resultados o que efetivamen­te se passou, o responsáve­l e qual a medida jurídica a ser imediatame­nte adotada”, diz o texto da ministra.

Também em nota, a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, disse ser “inaceitáve­l que atitudes extremadas maculem conquista tão importante quanto é a democracia”.

“O Tribunal Superior Eleitoral repudia toda e qualquer manifestaç­ão de violência, seja contra eleitores, seja contra candidatos ou em virtude do pleito”, afirmou.

A procurador­a-geral eleitoral, Raquel Dodge, afirmou que a violência contra candidato e eleitores é uma “violência contra a democracia, que exige convivênci­a pacífica, direito de reunião e liberdade de expressão”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classifico­u o ataque como “lamentável e repugnante”. “Independen­te de divergênci­as políticas, a sociedade não deve tolerar atitudes dessa natureza, que atentam contra a nossa democracia”, afirmou o deputado.

“Este atentado deve ser investigad­o e punido com todo rigor Marina Silva Candidata da Rede

“Política se faz com diálogo e convencime­nto, jamais com ódio Geraldo Alckmin Candidato do PSDB

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Paulo Whitaker/Reuters Apoiadores fazem vigília por Bolsonaro na Avenida Paulista, na noite desta quinta (6)

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