Aliados escondem Temer em campanhas eleitorais
Presidente mais impopular da história do Brasil, Michel Temer sumiu das propagandas eleitorais de seus aliados. Pelo menos 16 ex-ministros do emedebista são candidatos em todo país.
Só dois deles citaram o presidente no horário eleitoral na TV e no rádio desde o dia 31 de agosto e em publicações nas redes sociais. Um, para criticá lo. Foi o ex-ministro da Cultura Marcelo Cal ero, que concorre no R iode Janeiro a umava gana Câmara de Deputados.
Outro que citou Temer, o ex-chefe da Fazenda Henrique Meirelles, o fez de forma discreta, enquanto contava sua história na vida pública, durante o horário eleitoral. O emede bis taécand ida toàP residência da República. imagem do presidente, rivais
Já nas redes sociais, Meirellesnãopublicounenhumapostagem tentam justamente lembrar quem esteve ao seu lado durante que fizesse referência o governo. ao atual presidente. Lula, por Temer atingiu o índice mais exemplo, foi citado 26 vezes baixo de aprovação em pesquisa pelo emedebista. do Datafolha, em junho.
Os outros ex-integrantes do Seu governo foi considerado governo ignoram o presidente. ótimo ou bom por 4% dos brasileiro. É o que faz Romero Jucá, O índice de quem considera ex-ministro do Planejamento, seu governo ruim ou Desenvolvimento e Gestão e péssimo chegou a 82%. que também foi líder do governo Em Pernambuco, PT divulgou no Senado até agosto. uma montagem com a O senador emedebista tenta “turma de Temer”. Nela, aparecem, a reeleição em Roraima. Bruno Araújo (PSDB)
Um dos aliados mais fiéis e Mendonça Filho (DEM), Fernando do presidente diz no horário Bezerra (PSB) e Armando eleitoral que sua proposta para Monteiro (PTB). barrar a entrada de venezuelanos Em Alagoas, Maurício Quintella no Brasil não foi aceita. Lessa (PR), ex-ministro “Continuocobrandoprovidências dos transportes e hoje candidato do presidente”, diz Jucá, ao senado, faz menções a sem dizer o nome de Temer. sua atuação no governo federal,
Enquanto aliados trabalham mas sem nominar Temer. para se descolar da Lessa é testemunha de Temer em sua defesa no inquérito dos portos. A investigação apura se o presidente beneficiou empresas no setor de portos em troca de propina, em decreto editado em 2017.
É um ex-aliado quem mais fez referências ao presidente na propaganda. Jingle do exministro da Cultura Marcelo Calero, candidato a deputado federal, diz, em ritmo de samba, que ele “enfrentou o Geddel das malas/ e também o Vampirão/ foi o primeiro a gritar/ chega de corrupção”.
“Vampirão” é um apelido dado por rivais a Temer. E “Geddel das malas” faz referência a escândalo que envolve Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo, preso após operação da Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões a ele atribuídos, em malas em um bunker em Salvador.
Quando diz que “enfrentou” Geddel, Calero faz menção direta a seu pedido de demissão em novembro de 2016. Logo após entregar o cargo, afirmou à Folha, que sua decisão foi tomada porque estava sofrendo pressão de Geddel para que interviesse na aprovação, no Iphan, órgão de preservação subordinado à pasta da Cultura, de projeto imobiliário em uma área tombada em Salvador.
O político foi preso preventivamente em setembro do ano passado, após a apreensão dos R$ 51 milhões. O emedebista foi denunciado por fazer parte, com outros integrantes de seu partido, de organização criminosa que desviava recursos de órgãos públicos e estatais, entre eles a Caixa Econômica Federal, e por ter recebido propina da JBS.