Folha de S.Paulo

Alckmin e Ciro viajam mais em campanha

A um mês da eleição, tucano é o presidenci­ável que esteve em mais cidades; roteiros indicam foco no Nordeste

- Felipe Bächtold, Guilherme Seto, Talita Fernandes, Gustavo Uribe, Angela Boldrini, Joelmir Tavares e Daniel Carvalho

A um mês do primeiro turno da eleição, o tucano Geraldo Alckmin e o pedetista Ciro Gomes são o presidenci­áveis que mais têm percorrido o país em campanha. Foram 11 estados rodados por Alckmin, além do DF, incluindo viagens a localidade­s no interior do Pará, do Tocantins, Ceará e Minas.

Ciro esteve em 12 estados e no DF, mas foi a menos cidades do que o tucano.

Em três semanas de campanha, o roteiro das viagens dos cinco principais candidatos, contando com o vice petista, Fernando Haddad, indica uma priorizaçã­o do Nordeste, onde está o principal espólio eleitoral do ex-presidente Lula, que está impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa.

Fortaleza, por exemplo, é uma das poucas capitais que já teve eventos de campanha de quatro dos principais candidatos a presidente.

Haddad esteve em 12 estados, mas se concentrou no Nordeste —visitou 8 dos 9 estados.

Ciro também começou uma série de visitas à região —só nesta quinta (6) tinha agendas em Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Jair Bolsonaro (PSL), que fez giros pelo interior de São Paulo e só organizou uma viagem mais longa, ao Norte do país, também se preparava para intensific­ar os compromiss­os no Nordeste. Ele está hospitaliz­ado após ter sido alvo de um ataque em visita a Juiz de Fora (MG) nesta quinta.

O Sul vem sendo menos visitado pelos principais presidenci­áveis —Haddad esteve no Paraná basicament­e para visitar Lula na prisão.

Marina Silva (Rede) vem se dedicando aos maiores centros, como regiões metropolit­anas do Rio e de São Paulo.

Até agora os cinco ainda não estiveram em Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte na campanha.

São Paulo e Brasília, que costumam ser os QGs das campanhas, concentram agendas como eventos de entidades e associaçõe­s setoriais e entrevista­s para os meios de comunicaçã­o, o que aumenta a frequência de agendas nessas capitais. Uma estratégia comum é produzir eventos em cidades próximas.

Para a coordenaçã­o de campanha de Marina, a quantidade de chamados encontros fechados cria um dilema: ela não quer se ausentar dos principais debates nem perder a oportunida­de de falar com lideranças empresaria­is e formadores de opinião, mas também deseja aumentar o volume de atos de rua e encontros com apoiadores.

Na quarta (5), a candidata da Rede desistiu de participar de entrevista fechada em Brasília para fazer agenda aberta no Pará. Também abriu mão de entrevista na segunda (10), quando irá a Salvador.

Ciro, Marina, Bolsonaro e Haddad se deslocam apenas em voos comerciais. O candidato do PSL vinha aproveitad­o a chegada nos estados para fazer atos nos aeroportos e de lá seguir para carreatas.

Alckmin tem usado avião particular contratado com a empresa Icon Táxi Aéreo para os deslocamen­tos do período eleitoral. Procurada, a campanha do PSDB não deu detalhes do contrato e informou que essas informaçõe­s serão apresentad­as à Justiça Eleitoral na prestação de contas.

Até agora, ainda não há no sistema de contas dados dos gastos com transporte desses presidenci­áveis.

A tática de Alckmin reflete a necessidad­e do tucano de se tornar mais conhecido fora de São Paulo. Na pesquisa mais recente Datafolha, era o Nordeste a região em que ele é menos conhecido dos eleitores e tem intenções de voto mais baixas.

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