Museus europeus têm sistemas antifogo robustos
Instituições europeias com vocação e acervo semelhantes aos do Museu Nacional do Rio possuem sistemas de prevenção e combate a incêndios muito mais robustos do que o do edifício carioca, com detectores de fumaça, sensores de temperatura, circuito interno de câmeras, portas corta-fogo, equipes em vigília permanente e extintores, entre outros dispositivos.
No Museu de História Natural de Berlim, há 28 profissionais treinados para entrar em ação em caso de emergência. A coleção inclui cerca de 30 milhões de itens de zoologia, paleontologia, mineralogia e geologia, e o público anual da instituição fica na casa das 800 mil pessoas.
A inauguração do prédio remonta a 1889. Nos recintos reformados mais recentemente foram instalados detectores a laser. No total, 841 salas do edifício principal (que perfaz 42 mil m²) contam com algum tipo de sensor.
Já no Museu Nacional de História Natural (MNHN) da França, criado em 1635, 12 pessoas se revezam 24 horas por dia na segurança contra o fogo no polo situado no Jardim das Plantas.
Além disso, no Museu do Homem (dedicado à etnografia), que também está sob o guarda-chuva do MNHN, três agentes respondem pela prevenção a chamas. Só nesse espaço, reaberto em 2015 depois de uma reforma, € 10 milhões (R$ 48 milhões) foram gastos no sistema antifogo, segundo Pierre Dubreuil, vice-diretorgeral do MNHN.
O polo do Jardim das Plantas recebeu outros € 12 milhões (R$ 58 milhões) ao longo da última década para atualizar seus dispositivos.
Em ambos, a rede de detectores de fumaça cobre teto, paredes e piso. Há portas cortafogo e, nas escadas que ligam os pavimentos, mecanismos de isolamento das chamas. Quase 3 milhões de visitantes passaram por lá em 2017.
O museu está subordinado a dois ministérios: o do Ensino Superior, Pesquisa e Inovação e o do Ambiente. Deles vêm 50% de seus recursos, diz Dubreuil. A outra metade tem origem no mecenato (de empresas e pessoas físicas) e nas receitas de bilheteria.
Apesar do sucesso de público e dos investimentos vultosos, um relatório do Tribunal de Contas da União francês apontou em 2017 um “quadro financeiro alarmante” na instituição e recomendou um rápido rearranjo contábil.
O documento mostrava que as despesas de custeio do museu tinham passado, de 2013 a 2015, de € 63 milhões (R$ 304 milhões) para € 89 milhões (R$ 430 milhões).