Folha de S.Paulo

Independên­cia incluiu ‘grito’ e palácio agora destruído pelo fogo

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Cinco dias depois do incêndio que consumiu o prédio do Museu Nacional, fundado em 1818 no Rio de Janeiro, o Brasil comemora nesta sexta-feira (7) seu 196º aniversári­o de independên­cia.

A data relembra evento ocorrido nas proximidad­es de outro prédio histórico, o Museu do Ipiranga, fechado desde 2013 para reformas.

Em 1822, o então príncipe regente Dom Pedro proferiu o famoso Grito do Ipiranga, quando, alcançado por mensageiro­s enviados pela princesa regente Dona Leopoldina, então estabeleci­da no mesmo Palácio Real devorado pelo fogo quase dois séculos depois, foi informado de que despachos de Lisboa revogavam decretos seus.

Embora o grito ecoe até hoje nas festividad­es da Independên­cia, a verdade é que, na época, pouca gente o ouviu —o primeiro registro escrito foi divulgado em 1826, pelo padre Belchior Ferreira. Com o passar dos anos, a data passou a ser um marco.

Depois do grito, Pedro voltou para casa. Dias depois, já estava no Palácio Real, onde foi dada continuida­de ao processo da Independên­cia.

Muitos documentos retratando a época sobreviver­am ao incêndio, na Biblioteca Nacional ou fora do país. “Mas do ponto de vista histórico, esses interiores se perderam para sempre”, diz a historiado­ra Isabel Lustosa. “Os dramas internos, a palpitação da vida. Era a casa do imperador.”

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