Folha de S.Paulo

Nova York vive rivalidade recente no futebol

- Danielle Brant

Comparado com clássicos brasileiro­s, como um Corinthian­s e Palmeiras, que se digladiam há mais de cem anos em uma disputa que extrapola os gramados, o dérbi entre New York City Football Club (NYCFC) e New York Red Bulls é uma criança. De cinco anos, mais precisamen­te.

Mas o que falta em histórico é compensado pela rivalidade crescente entre as duas torcidas na Major League Soccer, a primeira divisão do campeonato de futebol dos EUA.

O chamado dérbi do rio Hudson tem levado cada vez mais fãs aos estádios.

A última partida entre as equipes, realizada em 22 de agosto, atraiu 30.139 torcedores ao estádio do time de beisebol New York Yankees, onde o NYCFC manda seus jogos. Como comparação, no clássico de maio entre Corinthian­s e Palmeiras pelo Brasileiro, o público total foi de 35.246.

Os Yankees são um dos donos do clube nova-iorquino, fundado em maio de 2013.

O outro sócio também é estrelado: a City Football Club, do Abu Dhabi United Group, mesmo grupo que controla o britânico Manchester City. Desde que o clube americano foi criado, os árabes têm se esforçado para alavancar o time em um país pouco afeito à modalidade.

Os Red Bulls são mais antigos. O time surgiu em 1995 com o nome de New York MetroStars. Onze anos depois, foi comprado pela empresa que dá nome à bebida energética. É o único entre os dois a ter estádio próprio: a arena Red Bull foi inaugurada em 2010.

Foi lá que a seleção brasileira treinou nos últimos três dias para o confronto contra os EUA, nesta sexta (7).

O jogo será no estádio MetLife, em Nova Jersey, onde atuam os time de futebol americano New York Giants e New York Jets e um dos estádios que os Red Bulls usavam antes de ter sua própria casa.

O aumento do número de torcedores ano após ano é resultado da estratégia de fazer contrataçõ­es de peso, principalm­ente pelo lado do NYCFC. David Villa, campeão mundial com a Espanha em 2010, é um dos astros do time.

A tática não é nova. O Los Angeles Galaxy, já fazia o mesmo nos anos 2000, quando montou um elenco com o britânico David Beckham, contratado em 2007. Mais recentemen­te, a equipe contratou o sueco Zlatan Ibrahimovi­c.

Antes dele, o nova-iorquino Cosmos recorreu à estratégia, ao contratar Pelé, que estava em fim de carreira, nos anos 1970. Cosmos esse que, hoje, disputa outra liga americana, a North American Soccer League, que era uma espécie de segunda divisão até ter seu reconhecim­ento suspenso pela federação americana.

A rivalidade também tem sido inflamada pelo que parece ser um maior equilíbrio entre as equipes. Neste ano, os Red Bulls venceram duas partidas contra o NYCFC por 4 a 0 —em maio e junho. Em julho, o rival se saiu melhor e ganhou por 1 a 0. No mês passado, ambos empataram por 1a1.

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