Transferido para SP, candidato ainda corre risco, mas quadro é estável
‘Estou bem’, diz candidato por meio de rede social; risco maior nesse momento é o de infecção
Ainda em fase crítica da recuperação, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, foi transferido na manhã desta sexta-feira (7) de Juiz de Fora para São Paulo, onde foi internado no Hospital Albert Einstein. Segundo a equipe médica, Bolsonaro “está consciente e em boas condições clínicas” e passou por uma série de exames.
No início da tarde desta sexta, uma mensagem de Bolsonaro postada em sua conta oficial no Twitter dizia: “Estou bem eme recuperando ”. Na sequência, foi divulgada outra frase do deputado agradecendo à família, aos médicos e aos apoiadores pelas orações.
Bolsonaro segue na UTI e ainda há risco de morte. Seu quadro, contudo, é estável. Segundo aliados que estiveram no hospital, apenas os familiares foram autorizados a entrar na UTI.
No fim da tarde, no entanto, o senador Magno Malta (PRES) divulgou vídeo em que fazia oração com o candidato. Deitado na maca, Bolsonaro abriu os olhos e disse apenas “amém”. O pastor Silas Malafaia também o visitou.
Durante todo o dia em São Paulo, Bolsonaro esteve acompanhado do filho Carlos, vereador no Rio de Janeiro. À tarde, Flávio, outro filho do candidato, chegou ao hospital e disse que essa parte da recuperação “é tão importante co moada cirurgia, tem risco de infecção ”.
“O capitão estás e recuperando, mas agente vai estar naru apar afazer a campanha dele evira ressa página triste do país. Vai ser [eleito] no primeiro turno.”
No único boletim médico divulgado, à 14h20, o diretor superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo, disse que o candidato “está consciente e em boas condições clínicas”, “realizou exames laboratoriais e de imagem e foi avaliado por equipe multiprofissional ”.
À tarde, Bolsonaro fez uma tomografia para avaliar se havia alguma concentração de pus no abdômen. Agrande preocupação da equipe médica é com infecções no cavidade abdominal, segundo a Folha apurou.
Como houve derramamento de fezes no local, há risco de infecções nos próximos dez dias. Ele está sendo medicado com dois tipos de antibióticos específicos para o intestino.
Pacientes com quadros parecidos costumam ter abcessos (coleção de pus) aonde o antibiótico não chega. Não raras vezes, precisam de três a cinco cirurgias para “limpar” o local. Neste caso, na melhor das hipóteses, é recomendado de 20 a 30 dias de internação.
Logo após a divulgação do boletim, médicos do Albert Einstein receberam uma mensagem de celular lembrando que “o acesso ao prontuário é restrito aos profissionais envolvidos no caso”. O texto não cita o nome do candidato, mas é assinado por Cendoroglo.
Todos os médicos do hospital têm acesso, pelo sistema, aos exames feitos por qualquer paciente no Einstein.
A equipe que está cuidando de Bolsonaro é formada pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, especialista no aparelho digestivo e o clínico e cardiologista Leandro Echenique.
O deputado foi transferido da cidade mineira às 9h, de jato privado. Ele desembarcou no aeroporto de Congonhas e seguiu em helicóptero da Polícia Militar até o Palácio dos Bandeirantes, que fica próximo ao hospital.
Este último trajeto foi feito numa ambulância, que entrou por uma garagem auxiliar às 10h45. Na entrada da emergência, já havia um pequeno grupo de apoiadores. Durante o dia, o grupo cresceu e, à tarde, fez uma oração na porta do hospital. Houve também momentos de tensão, com apoiadores de Bolsonaro gritando frases contra a imprensa.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), articulador político da campanha, disse esperar que “em 10 ou 12 dias” o candidato esteja “em plena forma”. Segundo ele, ainda não está descartada a participação de Bolsonaro nos debates televisivos da Record e da Globo, em 30 de setembro e 4 de outubro. “Mas quem irá decidir é a equipe médica”, disse.