Rússia, Irã e Turquia falham em cessar-fogo na Síria
Os presidentes de Rússia, Irã e Turquia concordaram em negociar uma solução política para a Guerra na Síria, mas não conseguiram determinar um cessar-fogo na província de Idlib, último reduto rebelde no país.
A situação no local foi o principal tema do encontro entre Vladimir Putin, Hassan Rowhani e Recep Tayyip Erdogan nesta sexta-feira (7) em Teerã.
Damasco ameaça lançar um ataque de larga escala contra Idlib, e caças sírios e russos fizeram um pequeno ataque contra a região nesta sexta. Há temor que a ofensiva resulte em desastre humanitário.
“Não queremos que Idlib se transforme em banho de sangue”, disse o turco, que defendeu um cessar-fogo na região para negociar uma resolução pacífica com os rebeldes.
A Turquia apoia alguns grupos que lutam contra as tropas do ditador Bashar al-Assad e teme que um ataque na região leve a uma fuga de refugiados para seu território.
A proposta turca, porém, não foi aceita pela Rússia — que, assim como o Irã, apoia Assad—, e Putin afirmou que não há sentido no cessar-fogo se os grupos rebeldes não estavam presentes para debater.
“Nossa prioridade comum e incondicional é liquidar definitivamente o terrorismo na Síria”, continuou Putin. O Irã apoiou a posição russa, mas pediu cuidados para que não ocorra um massacre na região.
No comunicado final, os três líderes concordaram na necessidade de eliminar o Estado Islâmico, a Frente al-Nusra e outros grupos considerados terroristas, mas abriram espaço para que outros grupos rebeldes participem de futuras negociações de paz.
A Guerra da Síria se estende desde 2011 sem solução em vista. Estima-se que 5,6 milhões de pessoas tenham fugido do país desde o início do conflito (3,3 milhões, para a Turquia) e 13,1 milhões sejam deslocadas internas. Pelo menos 500 mil pessoas foram mortas nos mais de sete anos de conflito.