Folha de S.Paulo

Trump sobe tom e ameaça taxar todos os produtos importados da China

Presidente fala em tarifa sobre mais US$ 267 bilhões; Bolsas caem por receio da guerra comercial

- Com agências de notícias

O presidente americano, Donald Trump, subiu o tom contra a China nesta sexta (7) ao ameaçar sobretaxar todos os produtos chineses exportados aos Estados Unidos se Pequim não aceitar alterar suas práticas comerciais.

A nova ameaça gerou temores de que uma escalada da guerra comercial possa prejudicar a economia global, afetando as cadeias de fornecimen­to das empresas, com redução de investimen­tos e aumento de preços para consumidor­es.

As principais Bolsas mundiais reagiram à tensão comercial e fecharam majoritari­amente em queda.

No Brasil, não houve negociaçõe­s por causa do feriado de 7 de Setembro.

Nesta sexta, Trump disse que os Estados Unidos poderão impor tarifas a mais US$ 267 bilhões (R$ 1,1 trilhão) em produtos do país asiático.

O montante se soma aos US$ 200 bilhões (R$ 820 bilhões) já anunciados, e que podem entrar em vigor em breve, além dos US$ 50 bilhões (R$ 205 bilhões) que já estão sendo tarifados.

“Os US$ 200 bilhões de que estamos falando podem entrar em vigor em breve. De certa forma, dependerá da China”, disse Trump nesta sexta.

“Eu odeio dizer, mas, além disso, existem outros US$ 267 bilhões prontos para entrar em vigor no curto prazo, se eu quiser. Isso muda completame­nte a equação.”

Se as duas sobretaxas forem confirmada­s, todos os produtos chineses importados pelos EUA estarão virtualmen­te sujeitos a algum tipo adicional de cobrança tarifária.

Segundo dados do governo americano, o país importou US$ 505 bilhões (R$ 2,1 trilhões) da China em 2017.

Por enquanto, os Estados Unidos estão sobretaxan­do principalm­ente itens de tecnologia, como telas do tipo touchscree­n, baterias, aeronaves, navios, motores de carros, radares, equipament­os de diagnóstic­o médico e máquinas agrícolas.

O governo americano tem se mostrado confiante de que poderá forçar Pequim a fazer concessões que diminuam o desequilíb­rio comercial entre os dois países e reprimir o que chama de roubo de propriedad­e intelectua­l e transferên­cia forçada de tecnologia.

No entanto, a China segue se dizendo disposta a retaliar caso novas tarifas sejam impostas, motivando a nova rodada de ameaças de Trump.

Nesta quinta (6) foi encerrada uma consulta pública do governo americano para ouvir propostas para a imposição de tarifas. O gabinete do representa­nte de comércio do EUA coletou 5.914 comentário­s sobre as tarifas propostas, que agora serão analisados.

Empresário­s têm se posici- onado de forma contrária à guerra tarifária e pedem isenção para matérias-primas usadas na indústria alegando impacto sobre a economia local.

“Continuar a escalada tarifária com a China serve apenas para aumentar os prejuízos aos interesses da economia americana, incluindo agricultor­es, famílias, negócios e trabalhado­res”, disseram associaçõe­s empresaria­is em uma carta conjunta entregue a Robert Lighthizer, representa­nte da autoridade de comércio americana, nesta semana.

Enquanto eleva o tom contra a China, o governo americano negocia com o Canadá novos termos para o Nafta (acordo de livre-comércio entre EUA, Canadá e México).

Nesta sexta, houve um encontro entre representa­ntes de Canadá e Estados Unidos, depois do qual a ministra das Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland, disse estar vendo progresso nas negociaçõe­s.

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