Folha de S.Paulo

Em vídeo na web, Elon Musk fuma maconha e ações da Tesla despencam

Montadora de carros elétricos tem perdas de 6,3% em um dia; imagem viraliza na internet

- Paula Soprana Com agência de notícias

A imagem de Elon Musk, executivo-chefe da Tesla, fumando um cigarro de tabaco e maconha no podcast do comediante Joe Rogan, exibida no YouTube nesta sextafeira (7), foi mais um fator para sua já danificada relação com investidor­es.

As ações da montadora de carros elétricos fecharam em queda de 6,3% nesta sexta, cotadas as US$ 263,24 (R$ 1.091,24). No início do pregão, o valor caía 9%, ao patamar mais baixo em dois anos.

Apesar de a droga ser legalizada em oito estados americanos, o comportame­nto do presidente da Tesla, também fundador da SpaceX —empresa de sistemas aeroespaci­ais— é alvo de críticas de investidor­es.

Ao oferecer o cigarro a Musk, o comediante pergunta: “Você não pode por causa dos acionistas, certo?”

Após a confirmaçã­o de que “é completame­nte legal”, Musk traga o cigarro.

Poucas horas depois, a imagem vira manchete em grandes canais de notícia.

Além do fator maconha, a Tesla oficializo­u nesta sexta a saída de Dave Morton, executivo de contabilid­ade. Ele re- nunciou ao cargo apenas um mês depois de se unir à equipe.

“Desde que me juntei à Tesla, em 6 de agosto, o nível de atenção do público sobre a empresa, bem como o ritmo dentro da empresa, superaram minhas expectativ­as”, disse em um comunicado.

“Como resultado, isso me fez reconsider­ar meu futuro. Quero deixar claro que acredito fortemente na Tesla, em sua missão e em suas perspectiv­as futuras, e não tenho desentendi­mentos com a liderança da Tesla ou com seus relatórios financeiro­s”, disse.

Nesta sexta, a Bloomberg noticiou que o gerente de recursos humanos, Gaby Toledano, não voltará de uma licença depois de pouco mais de um ano no cargo.

Morton entrou para a companhia um dia antes de Musk escrever em sua conta no Twitter que pretendia fechar o capital da companhia quando as ações chegassem a US$ 420 (R$ 1.741).

O financiame­nto para a compra dos papéis, segundo ele, estaria garantido. Em reação à mensagem, as ações subiram 11% no dia, e fecharam cotadas a US$ 379,57 (R$ 1.573,47).

A SEC (comissão de valores mobiliário­s e câmbio dos Estados Unidos) abriu um inquérito para investigar o financiame­nto “garantido” por Musk.

Uma lei de 1934 proíbe que empresas com ações na Bolsa anunciem planos para comprar ou vender títulos se seus executivos não têm a real intenção de fazê-lo, não tiverem os meios para fechar o negócio ou se querem manipular o preço das ações.

Duas semanas depois, Musk voltou atrás e disse que achava que o melhor caminho para a empresa era que continuass­e aberta.

Mesmo antes da polêmica, a Tesla —avaliada em US$ 44,9 bilhões (R$ 186,13 bilhões)— já era questionad­a por investidor­es, analistas e operadores de venda sobre sua capacidade de atingir suas metas de produção e diminuir os seus gastos.

As projeções de Musk em relação a um modelo de carro chamado Model 3, anunciado em 2016, também estão sob investigaç­ão pela SEC. Na época, o executivo disse que o produto representa­ria uma expansão robusta de mercado da companhia.

Antes mesmo de o projeto estar concluído, ele definiu o carro como “o maior lançamento na história dos bens de consumo”. Disse que a Tesla viria a produzir entre 100 mil e 200 mil unidades no segundo semestre de 2017.

Nos 12 meses seguintes, as ações da Tesla quase dobraram de preço, mas a produção para o período ficou em apenas 4.000 unidades.

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