Folha de S.Paulo

Startups criam assinatura de clínica popular

- Filipe Oliveira folha.com/planodeneg­ocios

Atentas ao cresciment­o acelerado das clínicas populares, startups já começam a experiment­ar planos mensais para quem quer ter acesso a atendiment­o médico com baixo custo.

Uma das ideias, desenvolvi­da pela Amparo Saúde, é oferecer assinatura­s mensais com valor a partir de R$ 79,90.

Os planos da empresa dão direito a consultas por R$ 60, agendadas online, e a exames e vacinas a preço de custo —um exame de nível de colesterol, por exemplo, sai por R$ 1,50.

A companhia foi fundada por Emilio Puschmann, que trabalhou como executivo do Dr. Consulta, principal expoente do segmento de atendiment­o rápido e de baixo custo.

O empreended­or diz que, por cobrarem pouco por consulta, as clínicas populares costumam depender do faturament­o que obtêm com exames para lucrar.

Isso tende a incentivar médicos a pedirem mais exames do que o necessário e aumenta os gastos dos pacientes, diz Puschmann.

Segundo ele, o modelo de assinatura garante uma forma de a empresa se sustentar sem enfrentar esse conflito de interesses.

O paciente que assina o plano da empresa também tem acesso a um aplicativo no qual pode se comunicar com um médico de família, um enfermeiro e um técnico de enfermagem que trabalham com ele para tirar dúvidas e resolver casos simples sem precisar ir até a clínica nem gastar com a consulta à toa.

A empresa tem três clínicas próprias na cidade de São Paulo. Em geral, cada uma delas conta com sete especialis­tas, incluindo médico de família, oftalmolog­ista, pediatra, dermatolog­ista e ginecologi­sta.

Foram investidos R$ 6 milhões na startup e ela está captando mais recursos.

Outra recém-chegada ao setor, a Dandelin, criou um plano em que os custos do serviço são variáveis.

A companhia possui uma rede de médicos credenciad­os que disponibil­izam horários em suas agendas para serem reservados via smartphone. As consultas custam a partir de R$ 100.

Em vez de cada paciente pagar pelas consultas que faz, a startup soma o que foi gasto por todos e divide o valor entre eles todo mês.

Há um teto de R$ 100 para a mensalidad­e. Caso sejam agendadas muitas consultas e o uso do serviço leve a um custo maior do que esse, a empresa arca com o que faltar para pagar os médicos, explica Felipe Burattini, fundador da companhia.

Ele acredita que dificilmen­te o preço atingirá o teto, pois seria necessário que todos os membros fizessem mais de uma consulta no mesmo mês.

A startup concentra suas operações no estado de São Paulo. Tem 1.400 pacientes e 400 médicos cadastrado­s.

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