Folha de S.Paulo

SAIA JUSTA

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O vídeo em que João Doria declara, num evento, que Jair Bolsonaro (PSLRJ) “está no segundo turno das eleições por força do atentado que sofreu” causou mal estar na campanha de Geraldo Alckmin.

Adversário­s do exprefeito fizeram questão de espalhar as imagens em grupos de WhatsApp, aumentando o constrangi­mento.

Nas mensagens, afirmaram que, como Pedro, que negou Jesus três vezes, Doria teria de novo “deixado” o ex-governador de lado, dando a entender que ele não passará do primeiro turno.

Na sua fala, Doria alertou a plateia que o quadro eleitoral “muda. Fiquem certos disso. E olha, estou falando com toda a isenção, todos sabem que apoio e voto” em Alckmin. “Mas essa situação de hoje muda o processo eleitoral”.

À coluna, o ex-prefeito afirmou, depois de questionad­o sobre o video: “Jair Bolsonaro vai disputar o segundo turno das eleições presidenci­ais com Geraldo Alckmin”.

A maior preocupaçã­o dos adversário­s de Bolsonaro é o tempo que ele terá no noticiário das emissoras, em especial da TV Globo, por causa do tratamento médico.

A exposição, analisam, compensará a falta de tempo que ele tem para fazer propaganda eleitoral, de apenas oito segundos. Ou seja, o capitão reformado está de volta à TV —e de forma positiva, como vítima de violência.

A TV Globo, além da cobertura jornalísti­ca da recuperaçã­o, deve seguir reservando tempo para registrar a rotina de Bolsonaro, como faz com os principais candidatos, relatando eventuais atividades políticas dele no hospital.

E a Globo passará a cobrir a agenda do governador Márcio França (PSB-SP), que disputa a reeleição —a emissora, no estado, reserva espaço para todos os candidatos que têm pelo menos 6% das intenções de votos. Na pesquisa do Datafolha divulgada na quinta (6), ele chegou a 8%.

A aparição regular no noticiário da TV é considerad­a crucial pelos candidatos para crescerem nas pesquisas.

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