Após ataque, Bolsonaro tem 24%, e quatro empatam em segundo lugar
Com maior rejeição, deputado perde no segundo turno para Ciro, Marina e Alckmin, diz Datafolha; Haddad cresce no NE
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) oscilou dois pontos para cima na primeira pesquisa Datafolha para a Presidência depois do atentado a faca que sofreu em Juiz de Fora (MG), na quinta (6).
O capitão reformado, que está internado em São Paulo, já liderava, com 22% das intenções de voto, o levantamento de 20 e 21 de agosto. Agora soma 24%. A margem de erro é de dois pontos.
Marina Silva (Rede), antes isolada na segunda colocação, hoje está em empate técnico com três de seus adversários: Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
Ela tinha 16% e caiu para 11%. O pedetista foi de 10% para 13%. O tucano oscilou de 9% para 10%, e o petista, que será oficializado hoje como substituto de Lula na eleição, avançou de 4% para 9%.
Haddad conquistou votos principalmente no Nordeste (5% para 13%), no Sul (2% para 8%) e entre os mais pobres (3% para 10%). Alvaro Dias, Henrique Meirelles e João Amoêdo têm 3% cada um.
Nas simulações de 2º turno, Bolsonaro perde de Ciro, Marina e Alckmin e empata com Haddad. O deputado possui o maior índice de rejeição (43%), seguido por Marina (29%).
são paulo O deputado Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança da corrida presidencial após o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão e o atentado que sofreu na semana passada, segundo a nova pesquisa do Datafolha.
Bolsonaro tem 24% das intenções de voto. O presidenciável foi esfaqueado na quinta (6) em Juiz de Fora (MG) e está internado no Hospital Albert Einstein, onde se recupera da cirurgia sofrida após o ataque.
Na pesquisa anterior do Datafolha, realizada nos dias 20 e 21 de agosto, antes do início do horário eleitoral, Bolsonaro tinha 22% das intenções de voto. A oscilação observada desde então está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Quatro candidatos estão empatados em segundo lugar na disputa, dentro da margem de erro. Ciro Gomes (PDT) tem 13%, Marina Silva (Rede) está com 11%, Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com 10% e Fernando Haddad (PT), com 9%.
Vice da chapa inscrita pelo PT com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a presidente, Haddad deve substituí-lo. O Tribunal Superior Eleitoral vetou Lula e deu prazo até esta terça (11) para o partido fazer a troca.
Condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Lula está preso em Curitiba para cumprir pena.
O Datafolha entrevistou 2.804 eleitores de 197 municípios nesta segunda (10). A pesquisa foi realizada em parceria com a TV Globo. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro, daqui a quatro semanas.
Bolsonaro é o candidato com maior rejeição hoje. Segundo o Datafolha, 43% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum no capitão reformado do Exército. A resistência é maior entre mulheres (49%), os mais jovens (55%) e no Nordeste (51%).
A alta rejeição explica o mau desempenho de Bolsonaro nas simulações feitas pelo Datafolha para o segundo turno. De acordo com os cenários estudados, ele perderia para Alckmin, Marina e Ciro e chegaria à segunda rodada da eleição empatado com Haddad se ela fosse realizada hoje.
A pesquisa mostra que Lula mantém o poder de transferir boa parte de seu prestígio a outro candidato. Apesar do veto da Justiça à sua candidatura, o PT pode apresentálo como apoiador na propaganda eleitoral, usando imagens gravadas antes da prisão.
Segundo o Datafolha, 33% dizem que votariam com certeza num candidato indicado pelo líder petista e 39% já identificam Haddad como seu provável substituto. O ex-prefeito de São Paulo dominou os programas do PT na primeira semana do horário eleitoral.
Ainda pouco conhecido, Haddad cresceu especialmente no Nordeste, o mais fiel reduto de Lula. Ele alcançou 13% das intenções de voto na região e aparece empatado ali com Bolsonaro, que tem 14%.
Na disputa pelo segundo lugar da corrida, Haddad foi quem mais cresceu nas últimas duas semanas. Ciro e Alckmin tiveram variações positivas, mas dentro da margem de erro. Marina perdeu apoio com o horário eleitoral.