Folha de S.Paulo

Eleições para Legislativ­os estaduais atraem quase 19 mil candidatos

- Joana Cunha e Gabriela Sá Pessoa

são paulo As eleições deste ano atraíram 18,8 mil candidatos para disputar as vagas nas Assembleia­s Legislativ­as de 26 estados e na câmara do Distrito Federal. O número supera o registrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na corrida de 2014, quando 18 mil se lançaram.

A casa mais disputada neste ano foi a do Distrito Federal, com 973 interessad­os nas 24 vagas, enquanto os estados, com suas 1.035 vagas, tiveram 17,8 mil candidatos inscritos.

As funções de um deputado estadual ou distrital são equivalent­es às de um deputado federal: eles fazem propostas de leis estaduais e fiscalizam a atuação do governador.

O número de cadeiras nos Legislativ­os estaduais é definido pela Constituiç­ão, que determina que cada Assembleia tenha o triplo da representa­ção de seu estado na Câmara Federal no caso dos estados que contam com até 12 representa­ntes federais. Já nas bancadas que têm mais de 12 deputados federais, cada um deles equivale a um estadual.

Na maior Assembleia, a de São Paulo (Alesp), a legislatur­a terá suas 94 cadeiras de deputados renovadas neste ano.

Presidida pelo tucano Cauê Macris, a Alesp tem hoje o PSDB como maior bancada, com 19 deputados estaduais, seguida pelo PT, com 14 vagas.

Além de participar de plenárias e trabalhos de comissões, os deputados têm outras atribuiçõe­s, como atender eleitores, fiscalizar as contas e propor CPIs (Comissão Parlamenta­r de Inquérito).

Criadas para apreciar projetos de lei e outras proposiçõe­s antes das votações em plenário, as comissões permanente­s da Alesp registram, em sua maioria, reuniões vazias.

Das 16 comissões do tipo, três não tiveram uma reunião sequer neste ano. As comissões de Assuntos Metropolit­anos e Municipais, de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e de Direito do Consumidor, não tiveram reuniões devido aos cancelamen­tos ou ausência de parlamenta­res suficiente­s para as discussões.

Só as comissões de Constituiç­ão, Justiça e de Finanças e Orçamento conseguira­m realizar cerca de 20 reuniões cada uma. No geral, há mais fracassos que encontros efetivos.

No mês passado, a bancada do PSDB decidiu propor a primeira CPI envolvendo a gestão do atual governador Márcio França (PSB) por suspeitas de fraude em licitação na educação. O partido ainda recolhe signatário­s.

França é adversário do tucano João Doria na corrida ao governo de São Paulo e a CPI poderia desgastá-lo. Às vésperas da eleição, quando os deputados costumam pensar só em campanha, o rumor de CPI agitou a Casa, onde historicam­ente o PSDB é mais forte.

Pedidos para abrir CPIs para investigar obras do ex-governador tucano Geraldo Alckmin encontrara­m barreiras na Casa porque não tinham apoio suficiente para iniciar investigaç­ões parlamenta­res. São necessária­s ao menos 32 assinatura­s para protocolar pedidos de inquérito, mas a base governista é maioria.

As exceções neste mandato foram as CPIs que investigar­am a máfia da merenda, em 2016, e as Organizaçõ­es Sociais que atuam na saúde.

A CPI da Merenda apurou fraudes na merenda escolar e envolveu o ex-presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB). O relatório final da comissão isentou políticos.

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