Folha de S.Paulo

Bolsa fecha estável e dólar cai à espera de pesquisa eleitoral

Mercado projeta impacto de atentado contra Bolsonaro nas intenções de voto

- Com Reuters

A expectativ­a pela primeira pesquisa eleitoral com o impacto do ataque à faca contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas intenções de voto deixou o mercado financeiro volátil nesta segunda-feira (10).

Bolsa e dólar alternaram entre perdas e ganhos durante todo o dia. O Ibovespa encerrou em alta de 0,02%, a 76.436 pontos. O dólar recuou 0,26%, a R$ 4,0940.

As intenções de voto foram divulgadas pelo Datafolha após o fechamento do mercado.

Após ser esfaqueado esfaqueado na quinta-feira (6), Bolsonaro tem 24% das intenções de voto, dois pontos percentuai­s além do registrado no Datafolha anterior, realizado em 20 e 21 de agosto.

Quatro candidatos aparecem empatados em segundo lugar, dentro da margem de erro: Ciro Gomes (PDT), com 13% das intenções de voto; a ex-senadora Marina Silva (Rede), com 11%; o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 10%; e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), com 9%.

O Datafolha entrevisto­u 2.804 eleitores de 197 municípios nesta segunda.

Para o economista-chefe da Rio Bravo, Evandro Buccini, o resultado da pesquisa poderia impulsiona­r o candidato do PSL, mas ponderou em nota a clientes ser “difícil saber se ele [Bolsonaro] conseguirá manter esse novo patamar”.

“Ainda é bastante difícil conjectura­r”, afirmou ele.

Na manhã desta segunda, o banco BTG divulgou pesquisa de intenções de voto, realizada no fim de semana. Bolsonaro alcançou 30% das intenções de voto, ante os 26% registrado­s há uma semana.

A pesquisa do BTG é feita por telefone.

Ciro aparece na segunda posição com 12% das indicações, mas empatado na margem de erro com Marina, Haddad e Alckmin, os três com 8% da preferênci­a dos eleitores.

Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) têm cada um 3% das intenções de voto.

O levantamen­to, registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número o BR-01522/2018, ouviu 2.000 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuai­s, com confiança de 95%.

Desde quinta (6), analistas vinham sugerindo que o aumento da exposição do candidato do PSL poderia consolidá-lo no segundo turno e diminuir as chances para candidatos à esquerda do espectro político, como Haddad, ainda a ser confirmado como o nome do PT na corrida presidenci­al, e Ciro.

Ambos são vistos como os menos comprometi­dos com reformas que o mercado financeiro considera fundamenta­is para a retomada da economia.

“Como o mercado mostrou no final da sessão de quinta, a consolidaç­ão de Bolsonaro no segundo turno parece agradar investidor­es”, escreveu Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

No exterior, as principais moedas emergentes perderam força ante o dólar, reflexo de dados que apontam para a recuperaçã­o sustentada da economia americana e também do receio com a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

À exceção das Bolsas asiáticas, porém, os principais índices acionários fecharam o dia com valorizaçã­o.

Leia mais na pág. A4

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil