Folha de S.Paulo

Após cinco anos, Dedé será titular da seleção em amistoso

Uma das novidades contra El Salvador, zagueiro supera sequência de lesões

- Danielle Brant, Júlia Zaremba e Luiz Cosenzo Lucas Figueiredo/CBF

nova york, washington e são paulo Três cirurgias no joelho direito, uma artroscopi­a no esquerdo e apenas 12 jogos disputados em um período de três anos. O que poderia significar uma queda na carreira ou até uma aposentado­ria precoce serviu de estímulo para uma volta por cima.

Foi isso o que aconteceu com o zagueiro Dedé, 30, do Cruzeiro. Com boas atuações na atual temporada, o jogador foi convocado novamente para a seleção brasileira e terá sua primeira oportunida­de como titular com o técnico Tite no amistoso diante de El Salvador nesta terça (11), às 21h30, em Washington.

Na última sexta (7), quando a seleção venceu os Estados Unidos por 2 a 0, ele atuou por dez minutos após substituir o zagueiro Thiago Silva, o que acontecerá novamente nesta noite. Assim, formará dupla com Marquinhos.

“Voltar à seleção neste momento é muito gratifican­te e um motivo de orgulho, porque todo mundo sabe o que eu passei. A gente entra, imagina tudo o que passou, vê momentos bons na minha carreira. Mas só queria passar mesmo que eu estou muito feliz, vivendo um momento mágico”, disse o zagueiro em entrevista à Folha.

Dedé foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira em 2011 por Mano Menezes. Com 23 anos na época, era uma das apostas para a Copa de 2014. Ele entrou em campo em seis oportunida­des.

Após a queda de Mano, hoje seu técnico no Cruzeiro, o jogador perdeu espaço com a chegada de Felipão.

Até o Mundial do Brasil, foi convocado para quatro amistosos e marcou um gol contra a Zâmbia, quando atuou pela última vez. Na convocação para a Copa, foi preterido pelo zagueiro Henrique, atualmente no Corinthian­s.

Naquele ano, conquistar­ia o bicampeona­to brasileiro pelo Cruzeiro e o vice da Copa do Brasil antes de começar a viver um drama com as seguidas lesões no joelho direito.

No total, foram três cirurgias no local e uma artroscopi­a no esquerdo. De 2015 até o início da atual temporada, disputou apenas 12 jogos.

“Foi um período muito difícil, mas o Dedé nunca pensou em desistir ou que não fosse dar certo. Todo o período de recuperaçã­o foi assim. Ele não gostava de falar sobre o assunto. Eu perguntava, mas ele não falava. Dizia que quando tivesse novidade contaria”, afirma Patrícia Gonçalves, mulher de Dedé.

De acordo com ela, o jogador teve muito apoio da diretoria e de torcedores do time mineiro no período de recuperaçã­o, mas por vezes ouvia comentário­s nas ruas que o deixavam chateado.

“Tinham torcedores que julgavam o Dedé. Tiravam sarro e debochavam. Faziam gestos como se ele estivesse roubando o Cruzeiro. Ouvimos que ele estava se formando em medicina. Essa oportunida­de agora é uma vitória pessoal do Dedé”, disse Patrícia.

Além do cruzeirens­e, Tite fará mais cinco mudanças na equipe em relação ao jogo contra os Estados Unidos.

Nas laterais, ele escalará Militão e Alex Sandro nas vagas de Fabinho e Filipe Luís. No meio, Arthur substituir­á Fred, enquanto no ataque Richarliso­n jogará no lugar de Firmino. A outra mudança será no gol, com a entrada de Neto.

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O zagueiro Dedé durante treino da seleção brasileira nos EUA

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