Folha de S.Paulo

Emoções eu vivi

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Cármen Lúcia reuniu seus principais assessores no Supremo em um jantar, em Brasília, antes de se despedir do comando da corte. A eles, fez uma fala em tom de desabafo. Agradeceu a todos pela dedicação durante o que chamou de “um momento muito difícil para o país”. Garantiu que deixa a presidênci­a do STF com a sensação de dever cumprido e com a certeza de que levou “da melhor forma possível” uma sucessão de crises que considera inédita na história recente.

atire a primeira pedra A gestão da ministra foi criticada por colegas, procurador­es e políticos. Integrante­s do MPF, por exemplo, dizem que ela não deixou um legado e apontam falta de liderança.

tempo que não volta Após passar o bastão a Dias Toffoli, nesta quinta (13), Cármen Lúcia assume cadeira na Segunda Turma do STF, mudando a correlação de forças no colegiado, hoje majoritari­amente garantista. “Quem saiu, saiu. Quem não saiu, não sai mais”, diz um auxiliar dela.

abre o olho A prisão nesta semana do ex-governador Beto Richa (PSDB-PR) por suposto crime praticado entre 2012 e 2014 causou estranheza no STF. Medida extrema precisa estar bem fundamenta­da ou só servirá para alimentar as críticas de contaminaç­ão da Justiça pelo período eleitoral, dizem integrante­s da corte.

verão passado Suplente licenciado de Alvaro Dias (PODE-PR) no Senado, o empresário Joel Malucelli, que teve a prisão decretada na mesma operação que encarcerou Richa, fez parte do conselhão do presidente Michel Temer.

para já Integrante­s do Conselho Nacional do Ministério Público esperam que a corregedor­ia instaure reclamação contra o procurador Marco Aurélio Aydos, que denunciou funcionári­os da Universida­de Federal de Santa Catarina por injúria, até sexta (14).

cala boca... Aydos acusou professore­s da UFSC de injúria contra a delegada Erika Marena, que conduziu a operação Ouvidos Moucos. A investigaç­ão levou à prisão Luiz Carlos Cancellier, à época reitor da instituiçã­o. Ele se suicidou.

... já morreu Os funcionári­os participar­am de ato em memória de Cancellier, mas nem sequer citaram Marena.

ausência presente A cúpula do PSL não aprova a tentativa do general Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), de substituir o candidato nos debates. A campanha quer o púlpito vazio para lembrar as pessoas de que o titular foi vítima de um ataque.

reatar laços Um grupo de empresário­s e banqueiros receberá Ana Amélia (PP-RS), a vice de Geraldo Alckmin (PSDB), em um jantar, na sexta (14), em São Paulo. O encontro será na casa de Gustavo Junqueira, da Sociedade Rural Brasileira.

rsvp A ideia do anfitrião é reapresent­ar aos colegas as vantagens de “um governo de centro”. Participar­ão da conversa nomes como Rubens Ometto, do grupo Cosan, Horácio Lafer Piva, da Klabin, Claudio Lottenberg e Massimo Bauducco.

light A campanha de Alckmin vai retomar ataques a Bolsonaro, mas prepara programas mais centrados em propostas para áreas como saúde e educação para levar ao ar nos próximos dias.

prioridade A direção do PT defende que Fernando Haddad, oficializa­do candidato a presidente, concentre parte de sua agenda na região Sudeste, onde está metade do eleitorado do país. A ideia é mesclar atividades na região com idas ao Nordeste, principalm­ente às capitais.

sessão vip Na sexta (14), Haddad vai participar de comício na Cinelândia, no Rio. O PT vai montar um telão no local para transmitir aos militantes a entrevista dele ao vivo ao Jornal Nacional. A expectativ­a é reunir 20 mil pessoas no ato.

sem moleza A campanha de Ciro Gomes (PDT) submeteu a indicação de Haddad a pesquisas qualitativ­as. Resultado: acha que a troca não será facilmente assimilada pelo eleitor.

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