Bolsonaro piora e passa por cirurgia de emergência
Médico diz que operação para desobstruir intestino de deputado foi bem-sucedida
Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, passou por cirurgia de emergência no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado desde sexta (7).
Na quinta (6), o capitão reformado havia sofrido atentado a faca em Juiz de Fora (MG), onde fazia campanha.
O ataque perfurou seu abdômen, atingindo o intestino, e Bolsonaro teve de passar por intervenção cirúrgica ainda na cidade mineira.
Ontem, a situação clínica do deputado piorou, e a alimentação venosa foi reintroduzida após ele ter reagido mal ao consumo de sólidos.
Bolsonaro se queixou de dores e, após tomografia, houve a decisão de operá-lo porque o quadro evoluiu para uma obstrução intestinal.
Conduzida por Antônio Macedo, a cirurgia terminou pouco antes da meia-noite. De acordo com o médico, a operação foi bem-sucedida.
Gustavo Bebianno, presidente do PSL, disse que o deputado voltaria à UTI após dois dias na unidade de cuidado semi-intensivo. Filho de Bolsonaro, Flávio pediu orações. “O estado ainda é grave.”
O candidato lidera a corrida ao Planalto, com 24%, diz o Datafolha.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido a uma cirurgia de emergência para desobstruir o intestino delgado na noite desta quarta-feira (12) no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A operação durou cerca de uma hora e acabou por volta das 23h40. Em áudio enviado para membros da campanha de Bolsonaro, o cirurgião Antônio Luiz Macedo, responsável pela operação, disse que o procedimento havia corrido bem.
“Está ótimo, perfeito. Acabou tudo”, declarou Macedo. Um boletim médico deve ser divulgado na manhã desta quinta-feira (13).
O quadro clínico do capitão reformado do Exército piorou na manhã desta quarta (12), quando foi reintroduzida a alimentação venosa após ele ter reagido mal à tentativa de reiniciar o trânsito intestinal com o consumo de sólidos.
Com inchaço abdominal, Bolsonaro se queixou de dores ao longo do dia e, após tomografia no começo da noite, foram identificadas suspeitas de aderências nas paredes do abdômen que estavam obstruindo o intestino delgado.
É um quadro usual a quem sofreu grande trauma, como a facada que Bolsonaro levou na quinta-feira (6). Segundo boletim médico, o candidato teve náuseas e foi submetido a uma tomografia. O resultado levou a equipe médica a optar pela nova cirurgia.
Foram retiradas aderências que obstruíram o intestino delgado e corrigida uma fístula surgida em uma das suturas feitas na operação inicial após o atentado. A aderência ocorre quando dois tecidos do corpo grudam, formando uma espécie de cicatriz. Acontece como resposta do organismo a fatores como cirurgia ou processo inflamatório.
Segundo médicos ouvidos pela Folha, a cirurgia (laparotomia) a que Bolsonaro foi submetido visa desgrudar esses tecidos para restabelecer o trânsito intestinal.
Após soltar as alças intestinais, os cirurgiões fazem uma lavagem de toda a cavidade abdominal e observam se o intestino volta a funcionar. Às vezes, a movimentação intestinal já começa a acontecer ainda durante a cirurgia.
De acordo com especialistas, aderências e abcessos podem acontecer em casos como o de Bolsonaro por conta do alto risco de infecções provocado pelas fezes que caíram na cavidade abdominal após a perfuração do intestino.
Segundo a Folha apurou, o maior problema era a extensão do sangramento e a quantidade de fezes no local.
Por uma rede social, um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro, pediu orações pela saúde do pai. “O estado dele ainda é grave.” Depois, disse que a cirurgia “acabou bem” e que ele “está pagando um preço muito alto por querer resgatar o Brasil”, “literalmente dando seu sangue”.
O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que “o capitão passou 24h agonizando”. Segundo ele, a família ficou preocupadíssima. “A mulher dele, Michelle, já tinha ido embora e voltou às pressas.”
Segundo Bebianno, Bolsonaro voltaria novamente à UTI, após passar os últimos dois dias na unidade de cuidados semi-intensivos. “A previsão de alta ainda era indefinida. Estimava-se que ficaria mais uma semana, 10 dias, se corresse tudo bem. Agora certamente vai atrasar”, disse.
O candidato foi esfaqueado no dia 6 durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O agressor, Adelio Bispo de Oliveira, diz que agiu sozinho e a mando de Deus, incomodado com as declarações de cunho racista do candidato.
Levado para a Santa Casa da cidade mineira, ele passou por uma cirurgia bem-sucedida e foi transferido para o Albert Einstein, um dos principais hospitais do país.
Nos dias seguintes, seu estado apresentou melhora gradual, e ele chegou a posar para fotos com aliados.
O candidato foi submetido a uma colostomia, com a implantação de uma bolsa externa para recolher as fezes.
Havia a previsão de realização de nova cirurgia para reconstruir o intestino, mas que estava prevista para acontecer em algumas semanas, antes da piora no quadro dele.
A previsão de retorno de Bolsonaro às atividades de campanha, que já era incerta, deve se tornar mais distante depois da nova cirurgia.
Com a ausência do candidato de atos de campanha, rachaduras começaram a aparecer em sua coligação.
Nesta terça (11), Levy Fidelix, presidente do PRTB, partido do vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, disse que consultaria o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para saber se poderia substituí-lo em debates.
No entanto, Bebianno, presidente do PSL, já havia declarado que ninguém iria no lugar do “insubstituível” candidato e que não foi consultado pelo PRTB. Nesta quarta, em nota, o PRTB recuou e disse que a decisão será tomada pela coordenação de campanha.