Agora levo uma vida normal, afirma paciente com LLC
O engenheiro civil Rafael Nasser e Silva, 59, foi diagnosticado com leucemia linfoide crônica (LLC), em 2012, logo após um check-up de rotina para avaliação de uma dor do lado esquerdo do peito. Silva suspeitava ser algo no coração, mas os exames de sangue mostraram alterações nos linfócitos, além de um aumento no baço. Era preciso investigar mais. Silva foi a uma hematologista, que confirmou a LLC – câncer das células brancas do sangue e o tipo mais comum de leucemia em adultos. “Eu era monitorado no modelo A-A, Avalie e Aguarde.”
O objetivo do A-A é identificar o momento em que há quantidade suficiente de células doentes para iniciar o tratamento. Dois anos após o diagnóstico, Silvia iniciou o tratamento e teria de se submeter a seis ciclos de quimioterapia, mas não suportou. “Fiquei extremamente fraco, não aguentei.” A doença voltou em quatro meses, ainda mais agressiva. Silva foi então submetido a outro protocolo de ciclos de quimioterapia e, mais uma vez, não aguentou.
A doença de Silva chegou a um ponto em que não havia mais tratamento. A indicação médica seria o venetoclax, terapia-alvo indicada para pacientes com LLC que não responderam bem aos tratamentos anteriores. Na época, o medicamento ainda não estava aprovado no Brasil.
Por causa disso, Silva só conseguiu receber o medicamento por meio do chamado Programa de Uso Compassivo –em que, a partir da solicitação de um médico especialista, o fabricante fornece o medicamento a alguns pacientes que não têm mais opções de tratamento, enquanto espera aprovação da agência reguladora. Ele faz uso contínuo do medicamento há um ano, e os exames apontam que a doença está controlada.
O venetoclax foi aprovado recentemente no Brasil, mas ainda não foi avaliado para incorporação no rol de medicamentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e no sistema público de saúde (SUS). “Trata-se de um medicamento oral, de uso diário, que age promovendo a morte celular. É indicado pós falha de tratamentos. Agora queremos saber se ele também age em outras leucemias, por isso os estudos continuam”, afirma Karina Fontão, diretora médica da AbbVie.
Tinha certeza de que meu problema era no coração, nunca imaginei que seria um câncer Rafael Nasser e Silva Engenheiro Civil