Folha de S.Paulo

Empatado com Skaf, tucano tenta colar rival a Temer em 3º debate

- -Gabriela Sá Pessoa e Wálter Nunes

são paulo No terceiro embate televisivo entre os candidatos ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB) buscou desgastar seu principal adversário na corrida estadual, Paulo Skaf (MDB), ao associá-lo ao presidente Michel Temer (MDB). Os postulante­s ao Bandeirant­es participar­am de debate organizado por TV Gazeta, O Estado de S. Paulo e rádio Jovem Pan no domingo (16).

Doria e Skaf aparecem empatados liderando as pesquisas de intenção de voto. Segundo Datafolha divulgado em 6 de setembro, o emedebista registrou 23%, empatado tecnicamen­te com o tucano, que manteve seus 23%.

Na última semana, a campanha do PSDB passou a veicular uma peça nas suas entradas no rádio e na TV em que diz que Skaf esconde que é do mesmo partido que o presidente Michel Temer (MDB), que tem alta rejeição.

No rádio, uma inserção reproduz uma gravação em que Temer defende nominalmen­te a candidatur­a de Skaf.

“Não sei por que você tenta esconder que seu padrinho é Michel Temer. Ele é o presidente de honra do MDB, seu partido”, disse Doria, que afirmou não ter vergonha do presidenci­ável do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin.

“Tenho feito campanha junto com Alckmin. Não há motivação para esconder Alckmin É o meu candidato”, afirmou.

Ambos debatiam sobre apadrinham­ento político. Skaf repetiu o que vem respondend­o quando é confrontad­o sobre os fiadores de sua candidatur­a. O presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) disse que entrou na política sem padrinhos e que o eleitor tem de se concentrar nele, não em correligio­nários.

“Se for vontade de Deus e do eleitor, eu serei o governador”, afirmou o emedebista.

Ao longo do debate, Luiz Marinho (PT) e Marcelo Cândido (PDT), ex-petista, fizeram dobradinha. Um escolhe o outro como interlocut­or e, afinados, classifica­m o impe- achment como golpe e criticam a reforma trabalhist­a e o teto de gastos.

Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, o atual governador, Márcio França (PSB), que busca a reeleição, partiu para o embate mais direto com Doria.

Em duas oportunida­des, escolheu o tucano para fazer réplica a suas perguntas, impelindo-o a responder com dados numéricos sobre a administra­ção estadual.

Na primeira ocasião, questionou o ex-prefeito da capital sobre os precatório­s (passivo judicial) de São Paulo —Doria não sabia a resposta. Depois, perguntou qual era o número de servidores do estado.

“Fazer pegadinha no debate é feio, Márcio França”, disse Doria. “Não sei por que você fica nervoso quando as pessoas te contrariam. Só você pode mandar”, respondeu França.

“Não sei por que você tenta esconder que seu padrinho é Michel Temer. Ele é o presidente de honra do MDB, seu partido João Doria (PSDB) em resposta a Paulo Skaf (MDB)

Você é vicegovern­ador desde o início, recebeu salário durante quatro anos. Talvez tenha sido um vice decorativo esse tempo todo João Doria a Márcio França (PSB)

Não sei por que você fica nervoso quando te contrariam. Só você pode mandar Márcio França (PSB) em resposta a Doria

 ?? Suamy Beydoun/Agif ?? O ex-prefeito João Doria (PSDB) fala ao lado do candidato petista, Luiz Marinho, e do governador, Márcio França (PSB), durante o debate que foi promovido na TV Gazeta, em São Paulo, na noite deste domingo (16)
Suamy Beydoun/Agif O ex-prefeito João Doria (PSDB) fala ao lado do candidato petista, Luiz Marinho, e do governador, Márcio França (PSB), durante o debate que foi promovido na TV Gazeta, em São Paulo, na noite deste domingo (16)

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