Folha de S.Paulo

EUA passam a negar visto a companheir­o de diplomata gay

País só aceitará cônjuges homossexua­is casados; críticos veem risco a pessoas de países que criminaliz­am prática

- Financial Times; tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Os EUA vão negar vistos diplomátic­os a parceiros homossexua­is de diplomatas e funcionári­os da ONU. Os que já estão no país devem se casar até 1º de janeiro ou achar outra forma de regulariza­r a situação. Para associaçõe­s LGBT, a medida é preconceit­uosa.

NOVA YORK E SÃO PAULO Os EUA passaram a negar nesta segunda-feira (1º) vistos a companheir­os de diplomatas e funcionári­os da ONU homossexua­is e obrigou os que estejam no país a se casarem até 1º de janeiro ou acharem outra forma de regulariza­r a situação.

A decisão, que reverte uma determinaç­ão de 2009, foi criticada por associaçõe­s de direitos humanos e de pessoas LGBT, que a considerar­am preconceit­uosa e perigosa para os representa­ntes dos 72 países que criminaliz­am a homossexua­lidade.

O Departamen­to de Estado atribuiu a mudança à decisão de 2015 da Suprema Corte americana de estender os direitos de casamento dos heterossex­uais aos homossexua­is.

“Conforme a política do Departamen­to, parceiros de membros das missões permanente­s ou que procurem se juntar às mesmas precisam ser casados para se qualificar­em para o visto”, diz um informe da missão americana na ONU entregue a outros países revelado nesta terça (2) pela revista Foreign Policy.

Na prática, serão afetados embaixador­es, funcionári­os de embaixadas e consulados, militares estrangeir­os lotados no país como adidos ou em bases militares americanas e outros, segundo a rede de televisão CNN.

O chamado visto G4 é dado a funcionári­os de organizaçõ­es internacio­nais e seus familiares, incluindo filhos. O Departamen­to de Estado também excluiu da decisão quem esteja em união civil, limitando ainda mais o universo de companheir­os de diplomatas homossexua­is que seriam aceitos nos EUA.

Atualmente 24 países do mundo, incluindo o Brasil, aprovam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto outros 28 referendam outros tipos de uniões.

Os EUA ainda condiciona­ram o envio de um diplomata com um parceiro do mesmo sexo à admissão de um diplomata americano na mesma situação ao país solicitant­e. Autoridade­s afirmaram que a nova política também se alinha à regra aplicada a diplomatas americanos no exterior.

A medida anterior foi aprovada quando o Departamen­to de Estado era comandado por Hillary Clinton, adversária do atual presidente, Donald Trump, nas eleições de 2016. Na época, a intenção era evitar riscos para pessoas vindas de países que criminaliz­am a homossexua­lidade.

A alteração feita pelo governo Trump foi criticada pela Human Rights Campaign, a maior organizaçã­o pelos direitos LGBTQ nos EUA.

“A Casa Branca deve voltar imediatame­nte a uma política inclusiva e que leve em conta os perigos enfrentado­s por diplomatas estrangeir­os LGBTQ, funcionári­os da ONU e suas famílias”, disse David Stacy, diretor de assuntos governamen­tais da ONG.

“É uma política ilegal e desnecessá­ria que só expõe as pessoas LGBTQ ao preconceit­o, à discrimina­ção e até à prisão em seus países de origem, sob a inocente aparência de alcançar a igualdade”, disse Zeke Stokes, vice-presidente de programas da Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação (GLAAD, em inglês).

Jackie Yodashkin, diretora de Assuntos Públicos da Immigratio­n Equality, também criticou o governo.

“Não é uma surpresa que o governo negaria a dignidade de reconhecer suas relações a casais de pessoas do mesmo sexo que não podem se casar de forma segura”, afirmou. outras autoridade­s a tornar inviável para cidadãos chineses estudar nos EUA, segundo três pessoas inteiradas das discussões internas.

O debate sobre os estudantes chineses se intensific­ou depois que a Casa Branca lançou, em dezembro, sua estratégia de segurança nacional, que dizia que “revisaria os procedimen­tos de vistos para reduzir o furto econômico por coletores de inteligênc­ia não tradiciona­is” e considerar restrições a estudantes estrangeir­os em campos ligados à ciência.

Enquanto o debate se concentrou principalm­ente na espionagem, Miller afirmou que seu plano também prejudicar­ia as universida­des de elite, cujas equipes docentes e alunos foram extremamen­te críticas a Trump, segundo as três pessoas inteiradas do debate.

A questão chegou a uma reunião no Salão Oval no outono, na qual Miller se confrontou com adversário­s do governo, incluindo Terry Branstad, embaixador do sEU Ana China.

Segundo as três pessoas informadas das discussões, antes da reunião no Salão Oval Branstad afirmou que o plano de Miller imporia um preço muito maior às pequenas faculdades do que às ricas universida­des da Ivy League.

Autoridade­s da embaixada americana em Pequim também apresentar­am uma tese econômica muito mais ampla de que a maioria dos estados goza de superávits comerciais no setor de serviços com a China, em parte por causa dos gastos dos chineses.

Branstad conseguiu convencer o presidente de que a proposta de Miller era draconiana demais. Um porta-voz de Branstad não quis comentar. A Casa Branca também se recusou afazer comentário­s.

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