Folha de S.Paulo

Serviço terceiriza­do

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O novo Datafolha impôs uma reflexão aos tucanos, que estão praticamen­te fora do jogo, mas desfrutam de farto tempo na TV. Na simulação de segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) apareceu numericame­nte à frente de Fernando Haddad (PT), 44% a 42%. Geraldo Alckmin (PSDB), que passou a mirar o petista dizendo ser o único capaz de derrotá-lo, não melhorou sua colocação, mas ajudou a alavancar o antipetism­o. Dúvida: manter a estratégia pode fazê-lo perder ainda mais votos para Bolsonaro?

poço...

A estratégia do PSDB, de atacar Haddad e Bolsonaro, mira eleitores indecisos e que votam branco ou nulo.

...sem fundo

Agora, aliados do tucano se deram conta de que, se o capitão reformado mantiver a dianteira nas simulações de segundo turno, o discurso do voto útil pode estimular os antipetist­as que ainda estão com Alckmin a migrarem para Bolsonaro.

linha de corte

Com 9% das intenções de voto, Alckmin corre o risco de amargar a pior posição já ocupada pelo PSDB em uma disputa presidenci­al desde a redemocrat­ização.

coisa que se impõe

Os resultados obtidos por Bolsonaro estimulara­m sua equipe a reforçar a campanha nas redes e nas ruas por uma vitória no primeiro turno —possibilid­ade que ainda é vista com ceticismo por rivais, mas já é admitida. O que é muito.

sem escolha

Dirigentes do PT que diziam temer uma onda de última hora calçada no antipetism­o a favor de Bolsonaro afirmam que ou a campanha de Haddad faz um gesto e amplia o discurso para além da narrativa “Lula livre” ou ele será isolado, facilitand­o a vitória do adversário em eventual segundo turno.

alerta vermelho

O discurso de aliados do petista, antes extremamen­te confiante, mudou de tom. Eles avaliam que, além da ofensiva contra Haddad no horário eleitoral, as redes sociais de Bolsonaro influencia­ram o eleitorado com o discurso de que o candidato é “o pai do kit gay”.

ao resgate

A estratégia do PT é a de se voltar aos eleitores mais pobres —que agora acenam a Bolsonaro— e dizer que é ilusão imaginar que o rival vai governar para eles.

fenômeno

Petistas ironizaram trecho da delação em que Antonio Palocci se apresenta como membro do grupo “programáti­co” do partido, enquanto Dilma Rousseff e Marco Aurélio Garcia seriam os “pragmático­s”. Disseram que, se Palocci conseguiu amealhar R$ 70 milhões sendo “programáti­co”, imagine o que teria se integrasse a outra ala.

quem dá mais

Empresário­s ruralistas veem no apoio da FPA (Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia) a Bolsonaro embrião de um movimento para criar um novo partido, que seria a base de um eventual governo do presidenci­ável.

quem dá mais 2

Hoje, a frente tem 233 deputados e 27 senadores. A direção da FPA começou a consultar seus integrante­s sobre o apoio ao candidato do PSL na quinta passada (27), depois que as pesquisas reforçaram a polarizaçã­o entre ele e Haddad.

de cima para baixo

Nem todos os 260 parlamenta­res da frente foram ouvidos. A presidente do grupo consultou apenas os 85 integrante­s da cúpula. Entre eles, a decisão foi unânime.

bloco na rua

A campanha de Bolsonaro preparou uma série de vídeos com a hashtag #PTNão para propagar entre voluntário­s que atuam nas redes. Em alguns filmes, atores e personalid­ades fazem discursos críticos ao partido de Haddad. Há ainda peças com notícias desfavoráv­eis à sigla. Uma delas já explora a delação de Antonio Palocci.

amigo de ocasião

Uma das propaganda­s de Bolsonaro se aproveita de um trecho de discurso em que o papa Francisco diz “que as ideologias terminaram mal (...), em ditaduras, sempre”. Recentemen­te, o pontífice falou a favor do desarmamen­to e foi criticado por apoiadores do PSL.

visita à folha

André Guimarães, diretor-executivo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia); Elizabeth Farina, diretora-presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar); João Paulo Capobianco, membro do conselho diretor do IDS (Instituto Democracia e Sustentabi­lidade); Ricardo Young e Sérgio Mindlin, presidente e membro do conselho deliberati­vo do Instituto Ethos, respectiva­mente; e Sylvia Brasil Coutinho, presidente do banco UBS Brasil, todos membros da Coalizão Brasil, visitaram a Folha nesta terça (2), onde foram recebidos em almoço. Estavam acompanhad­os da assessora de comunicaçã­o Fernanda Macedo.

TIROTEIO A delação de Antonio Palocci revela a verdadeira face do projeto de poder do PT: saquear os cofres públicos De ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente do DEM, sobre a divulgação das acusações do ex-ministro dos governos Dilma e Lula com Thais Arbex e Julia Chaib

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