Folha de S.Paulo

Disputa presidenci­al pauta candidatos ao Senado-SP

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O debate entre candidatos ao Senado pelo estado de São Paulo promovido pela Folha nesta segunda-feira (1º) foi pautado, em grande medida, pela polarizaçã­o entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) na disputa presidenci­al.

Maracaram presença os candidatos Eduardo Suplicy (PT), Major Olímpio (PSL) e Ricardo Tripoli (PSDB).

A Folha convidou os seis primeiros colocados na pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (28).

Segundo o levantamen­to, Suplicy tem 26%. Em seguida, Mara Gabrilli (PSDB), Mario Covas Neto (Podemos) e Major Olímpio estão tecnicamen­te empatados, com 17%, 15% e 14%, respectiva­mente. No segundo pelotão, estão Maurren Maggi (PSB), com 10%, e Tripoli, com 9%.

A Folha fez os convites na sexta (28). Mara Gabrilli, Covas Neto e Maurren Maggi informaram já ter compromiss­os agendados e, por isso, não participar­am do debate.

No debate, Suplicy teve que responder por sua proximidad­e com o ex-presidente Lula (PT), atualmente preso em Curitiba, e sobre o plano de governo de Haddad.

Olímpio, por sua vez, foi pressionad­o devido aos discursos agressivos de Bolsonaro e à proposta de Constituin­te sem a participaç­ão de parlamenta­res do vice de Bolsonaro, general Antonio Hamilton Mourão (PRTB).

Tripoli (PSDB) afirmou que propostas do programa de governo de Haddad contêm a ideia de acabar com a Lava Jato e órgãos de controle.

Major Olímpio acrescento­u que o PT na Presidênci­a seria um “retrocesso”, significar­ia o “enfraqueci­mento do Ministério Público e das polícias”.

Olímpio ressaltou que nunca ouviu o nome de Suplicy em escândalos de corrupção, mas criticou-o pela proximidad­e com o ex-presidente petista.

Suplicy respondeu que tem convicção de que “Lula terá a oportunida­de de, perante o STF, explicar por que não cometeu nenhum ato de enriquecim­ento ilícito”.

Ele lembrou do pedido que fez para dividir a cela com Lula. Como isso não foi permitido, ele atualmente se encontra na fila para visitá-lo na prisão.

Suplicy disse que um apoiador do PT foi agredido com um soco no domingo (30) durante as manifestaç­ões a favor de Bolsonaro em São Paulo. Ele avaliou que os bolsonaris­tas incentivam o ódio.

Olímpio disse que é difícil responder por apenas um apoiador na multidão, mas destacou que “uma agressão de qualquer natureza é inadmissív­el”. Ele também pediu que os partidário­s de Bolsonaro e dele respeitam a liberdade que as pessoas têm de escolherem outros candidatos.

“Sou legalista. Jamais posso incentivar qualquer ato de força desmedida”, disse o candidato, que tem como suas metas a redução da maioridade penal e a revogação do estatuto do desarmamen­to.

Sobre uma nova Constituin­te, Olímpio disse divergir da proposta do vice de Mourão de chamar um conselho de notáveis para elaborar uma nova Constituiç­ão, sem a participaç­ão de parlamenta­res. Ele defendeu as mudanças constituci­onais, mas com a participaç­ão de deputados e senadores nas decisões.

Suplicy disse que Haddad, que tem em seu programa uma proposta de reforma da Constituin­te por uma assembleia escolhida pelo voto, sabe da necessidad­e de dialogar com a população antes de modificar a Constituiç­ão, e que isso seria de forma transparen­te e democrátic­a.

Tripoli defendeu a necessidad­e de um Estado menor, com privatizaç­ões estratégic­as. O tucano levantou como bandeira a mudança no pacto federativo porque, segundo ele, São Paulo arrecada R$ 555 bilhões e recebe apenas R$ 30 bilhões em investimen­tos da União.

Sobre corrupção, Suplicy tornou-se alvo ao ouvir críticas de Tripoli, que disse que o PSDB “não passa a mão na cabeça” de partidário­s que eventualme­nte possam cometer erros, referindo-se a Lula e os petistas.

Suplicy afirmou que sempre foi pioneiro ao implementa­r mecanismos de transparên­cia em seu gabinete.

 ?? Eduardo Anizelli - 1º.out.2018/Folhapress ?? Da dir. para a esq., candidatos Tripoli (PSDB), Major Olímpio (PSL) e Eduardo Suplicy (PT), durante debate
Eduardo Anizelli - 1º.out.2018/Folhapress Da dir. para a esq., candidatos Tripoli (PSDB), Major Olímpio (PSL) e Eduardo Suplicy (PT), durante debate

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