Maoísmo dividiu catolicismo chinês em dois ramos
Desde 1949, com a revolução que instaurou a República Popular da China, o catolicismo no país se divide em dois.
Há a ala que se submete ao controle estatal e a clandestina, que segue à risca os preceitos de Roma e é alvo de espoliações, assassinatos, prisões arbitrárias e desaparecimentos há décadas.
Calcula-se que as duas juntas somem cerca de 12 milhões de fiéis no país de 1,4 bilhão de habitantes majoritariamente ateus ou sem religião definida (entre os religiosos, os budistas são os mais numerosos).
O acordo entre Pequim e o papa divulgado no fim de setembro deixou coléricos expoentes do segundo grupo, que disseram se sentir traídos pelo Vaticano. Eles veem no texto uma concessão à ditadura, sem exigir contrapartida.
O cerco a essa vertente clandestina se tornou menos violento nos últimos anos, mas o regime continua retirando cruzes de algumas igrejas, fechando outras.
Segundo a agência de notícias Associated Press, em certos casos, as imagens de Jesus Cristo nas igrejas foram substituídas por retratos do dirigente Xi Jinping.
“Não é possível para Roma não ter boas relações com aquela que em breve será a maior potência do mundo. É uma questão de realismo”, diz Pelletier.