Folha de S.Paulo

Palmeiras está perto de semifinal após 17 anos

Em vantagem depois de vencer por 2 a 0 no Chile, time alviverde pode repetir desempenho de 2001 na Libertador­es

- Alberto Nogueira Agora

PALMEIRAS COLO-COLO

21h45, Allianz Parque

Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports

O Palmeiras está muito próximo de chegar à semifinal da Libertador­es, algo que não acontece há 17 anos. Para isso, basta assegurar nesta quarta (3), às 21h45, em casa, a vantagem conquistad­a no jogo de ida, quando venceu o Colo-Colo (CHI) por 2 a 0.

Caso garanta a classifica­ção, o clube alviverde terá a oportunida­de de uma revanche, independen­temente de qual for o adversário do outro lado, que sairá do confronto entre Cruzeiro e Boca Juniors.

Apesar da vitória sobre o rival pelo Brasileiro no último domingo (30), a equipe paulista foi eliminada pela mineira na última quarta (26), no Mineirão, em jogo com briga generaliza­da e polêmicas relacionad­as à arbitragem.

Caso o time argentino confirme a superiorid­ade do primeiro jogo das quartas de final, quando venceu os cruzeirens­es por 2 a 0 em La Bombonera, os palmeirens­es terão o mesmo oponente de sua última semifinal na competição sul-americana, em 2001.

Naquela ocasião, o Palmeiras foi eliminado nos pênaltis após dois empates em 2 a 2, na Argentina e no Brasil.

Era o primeiro ano sem a Parmalat, patrocinad­ora que ajudou a levar o clube de volta à disputa por títulos na década de 1990 e à conquista da Libertador­es em 1999.

Sem o aporte financeiro da multinacio­nal italiana, o elenco palmeirens­e não tinha a mesma força de outrora, mas alguns nomes de peso ainda permanecia­m na equipe, como o goleiro Marcos, o lateral direito Arce e o meia Alex.

No comando da equipe estava o gaúcho Celso Roth, contratado às pressas no início de março, a quatro dias da estreia na competição continenta­l, para substituir Marco Aurélio, que não resistiu aos problemas de relacionam­ento com alguns jogadores e à pressão da torcida.

O treinador, mesmo sem ter montado o time para a temporada, levou-o até o confronto contra o Boca Juniors após passar por uma tranquila primeira fase e sofrer contra São Caetano (oitavas) e Cruzeiro (quartas), mas garantir em ambos os confrontos a vaga na disputa de pênaltis.

“Eu tinha um meio de campo com Magrão, Fernando e Alex, que eram os pilares. Na época, o Marcos era o melhor goleiro do Brasil, tinha o Lopes em grande fase, além do Muñoz, que sempre que entrava nos ajudava”, afirma Roth, atualmente sem clube.

No jogo de ida da semifinal, disputado em La Bombonera, a atuação do árbitro paraguaio Ubaldo Aquino —hoje assessor internacio­nal de arbitragem da Conmebol— causou muita polêmica.

O juiz marcou pênalti inexistent­e do zagueiro Alexandre em Barijho quando os paulistas venciam por 1 a 0. Depois, não assinalou penalidade do goleiro Córdoba no palmeirens­e Fernando e deu cartão amarelo para o volante, posteriorm­ente expulso.

“Fomos barbaramen­te prejudicad­os. Era para termos voltado para o Brasil com o resultado favorável [a partida terminou 2 a 2]. Na saída do estádio, no estacionam­ento, encontramo­s com ele [Aquino], que virou para mim e disse ‘ficou bom para todo mundo, profe’”, diz o técnico.

No jogo de volta, no antigo Parque Antárctica, o clima nas arquibanca­das era pesado, de hostilidad­e ao trio de arbitragem, comandado pelo colombiano Oscar Ruiz. Houve até invasão de um torcedor, que

acertou uma voadora no bandeira Daniel Wilson.

A situação do time palestrino ficou mais difícil com a expulsão do zagueiro Alexandre. O talento do meia Riquelme foi outro problema. O argentino fez o que quis com os defensores brasileiro­s.

Um novo 2 a 2 levou o jogo para a disputa de pênaltis. Alex, Arce e Basílio desperdiça­ram suas cobranças, e o Palmeiras viu o sonho de sua terceira final consecutiv­a de Libertador­es acabar diante do algoz da edição anterior.

Para Celso Roth, o atual elenco alviverde é o melhor do país e favorito ao título da competição sul-americana graças a Luiz Felipe Scolari.

“O Palmeiras resgatou com Felipão a harmonizaç­ão, o gostar de estar junto. O grupo é forte e unido, com grandes chances de ser campeão”, diz.

Contra o Colo-Colo, o clube alviverde pode perder por um gol de diferença que ainda estará classifica­do. Se a derrota for por dois gols, a partida será decidida nos pênaltis.

O time chileno vem para o Brasil com os ex-palmeirens­es Lucas Barrios e Valdivia, no entanto, sem o atacante Esteban Paredes, lesionado. O jogador de 38 anos é o artilheiro da equipe na temporada com 21 gols em 31 partidas, 3 deles pela Libertador­es.

Scolari deve levar a campo seu time considerad­o titular, com peças diferentes das que vêm atuando no Brasileiro.

O goleiro Weverton, os zagueiros Edu Dracena e Antonio Carlos, o meia Moisés e o atacante Borja devem retornar contra o Colo-Colo.

Deyverson está liberado para jogar após cumprir suspensão no jogo de ida. Ele havia sido expulso no confronto contra o Cerro Porteño.

O volante Felipe Melo, que também levou cartão vermelho ante os paraguaios, é desfalque certo. A Conmebol o puniu com dois jogos de suspensão pela entrada violenta.

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Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação Da esq. para dir., Willian, Bruno Henrique e Lucas Lima durante treino antes da partida desta quarta
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