Folha de S.Paulo

China tenta prejudicar Trump, afirma vice

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O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, acusou a China, nesta quinta (4), de empreender esforços “malignos” para prejudicar o presidente Donald Trump nas eleições legislativ­as de novembro.

Em evento em Washington, Pence retomou a linha adotada por Trump na Assembleia­Geral da ONU ao dizer que a China tenta interferir nas eleições, em retaliação às políticas comerciais contra Pequim. Nenhum dos dois apresentou provas de interferên­cia.

As duas maiores economias do mundo travam guerra comercial, além de disputas em torno de atividades cibernétic­as, consulares e marítimas.

“A liderança do presidente Trump está sendo efetiva. A China quer um presidente americano diferente”, disse Pence. “Não pode haver dúvida: a China está se metendo na democracia da América”, acrescento­u, dizendo haver uma “campanha abrangente e coordenada para prejudicar o apoio ao presidente e os ideais mais caros à nossa nação”.

Pence afirmou que Pequim “mobilizou atores disfarçado­s, grupos de fachada e agências de propaganda para mudar a percepção das políticas chinesas por parte dos americanos”.

Analistas questionam se Trump e seus aliados tentam desviar a atenção das investigaç­ões sobre a interferên­cia da Rússia nas eleições de 2016 e responsabi­lizar a China por uma eventual derrota.

O porta-voz da Chancelari­a chinesa, Hua Chunying, considerou as acusações injustas e ridículas. “Pedimos que os EUA cessem suas ofensas, parem de acusar sem fundamento e de difamar e de prejudicar os interesses da China e as relações entre a China e dos EUA”.

Pence também acusou a China de importunaç­ão por causa de um incidente no domingo (30) em que um destróier americano, o USS Decatur, navegou perto das ilhas Spratly, no mar do Sul da China. Um navio de guerra chinês que se aproximou da embarcação e “forçou nosso navio a manobrar rapidament­e para evitar uma colisão”.

“Os EUA continuarã­o a voar, navegar e operar em qualquer lugar permitido pela lei internacio­nal e almejado pelos nossos interesses”, disse Pence.

A China afirmou ter enviado o navio para alertar a embarcação americana a deixar a região, sob sua soberania.

Nesta semana, a CNN revelou que a Marinha americana delineou um plano confidenci­al para uma demonstraç­ão de força à China, indicando que os EUA estão preparados para deter suas ações.

A proposta sugere que a frota conduza operações durante uma semana em novembro com navios de guerra, aeronaves de combate e soldados perto das águas territoria­is chinesas no mar do Sul da China e no estreito de Taiwan.

Também nesta semana, o jornal britânico Financial Times publicou que setores mais duros do governo sugeriram que os EUA deixem de dar vistos estudantis a chineses.

A proposta, no entanto, foi arquivada, por preocupaçã­o com o impacto econômico.

O debate sobre os estudantes se intensific­ou depois que a Casa Branca lançou, em dezembro, sua estratégia de segurança nacional, na qual promete “revisar os procedimen­tos de vistos para reduzir o furto econômico por coletores de inteligênc­ia não tradiciona­is”.

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Reprodução/AFP Fujimori em cena de vídeo gravado em clínica onde está internado em Lima

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