Embaixadora dos EUA na ONU deixará cargo
Depois de apoiar rivais de Trump em 2016, Nikki Haley havia se tornado uma das principais defensoras do presidente
A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, 46, anunciou nesta terça (9) que deixará o posto no fim do ano. Ela assumiu o cargo na organização em janeiro de 2017, logo após a eleição de Donald Trump.
Durante coletiva na Casa Branca, o presidente americano, Donald Trump, disse que Haley fez um trabalho fantástico e que falou sobre o desejo de fazer uma pausa nos trabalhos há cerca de seis meses. “Fizemos um ótimo trabalho juntos. Resolvemos muitos problemas, e estamos no processo para resolver muitos problemas”, afirmou o republicano.
O presidente afirmou ainda que muitas pessoas estão interessadas em sucedê-la e que o nome do próximo embaixador deve ser anunciado em duas ou três semanas. Durante a tarde, disse que a sua filha, Ivanka, seria incrível no cargo, mas que ele poderia ser acusado de nepotismo.
Ivanka, no entanto, disse que não aceitaria a oferta, caso fosse feita. “Eu sei que o presidente vai nomear um substituto formidável”, escreveu. “Não serei eu.”
Haley afirmou que foi uma honra ser embaixadora na ONU e que “é preciso ser altruísta o suficiente para saber quando você tem que sair e deixar outra pessoa fazer o trabalho.” Ela disse que ainda não tem planos para o curto prazo e negou que vá concorrer à Presidência dos EUA em 2020, o que era especulado havia alguns meses.
Também exaltou a política externa dos EUA praticada nos últimos dois anos. “Os países podem não gostar do que fazemos, mas respeitam o que fazemos”, disse. “Sabem que, se dissermos que vamos fazer alguma coisa, nós seguiremos em frente.”
Haley se tornou a mais nova integrante do governo a abandonar o cargo. Ela se junta a nomes como Rex Tillerson, que deixou o posto de secretário de Estado, Gary Cohn, assessor econômico, e Steve Bannon, estrategista-chefe.
A nomeação da ex-governadora da Carolina do Sul ao cargo ocorreu apesar de ela ter apoiado rivais de Trump no pleito de 2016. Durante a campanha, chegou a dizer que que o republicano era tudo o que um governador não gostaria em um presidente.
Mas Haley se tornou uma das mais ferrenhas defensoras de Trump. No início do ano, ela anunciou a saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmando que era uma resposta à “corrupção política e à falência moral” e ao “viés anti-Israel” da organização.
Uma das defesas mais recentes foi feita em meio à Assembleia-Geral da ONU, em setembro. Disse que os líderes mundiais riram de Trump após ele ter dito que seu governo conseguiu mais sucesso em dois anos do que qualquer outra administração porque “adoram o quão sincero ele é”.
Em setembro, também escreveu um texto criticando o artigo publicado no The New York Times no qual um alto funcionário do governo relatou que havia uma “resistência silenciosa” na Casa Branca. Ela estava na lista de suspeitos de terem escrito o texto.
A boa reputação de Haley ganhou mancha recentemente. Uma organização que monitora a ética no governo, acusa Haley e seu marido de terem aceitado favores de empresários em 2017, o que violaria regulações. via deixado de render a Haley a exposição desejável. Enquanto Tillerson era secretário de Estado, ela frequentemente roubava os holofotes. No entanto, desde que Pompeo assumiu como secretário de Estado e John Bolton, como assessor de Segurança Nacional, Haley aparece menos.
Por último, ela estaria com enormes dívidas. Agora seria um bom momento de ir para setor privado, ganhar dinheiro e depois voltar à política, de olho em cargos mais altos.