Folha de S.Paulo

Tensões devem ser superadas entre países, diz G20

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As tensões comerciais dentro do grupo das 20 principais economias industrial­izadas e emergentes só poderiam ser resolvidas pelos países diretament­e envolvidos, disse o ministro argentino da Fazenda, Nicolas Dujovne.

Nesta sexta-feira (12), ele presidiu a reunião dos líderes financeiro­s do G20 em Nusa Dua.

O encontro ocorreu em paralelo a reuniões do FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) e do Banco Mundial em Bali, na Indonésia.

Realizada em paralelo na ilha indonésia, a reunião do G20 serviu mais como um fórum para os países-membros colocarem seu ponto de vista sobre a escalada da guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo.

“Reconhecem­os que agora estamos enfrentand­o tensões comerciais entre os membros do G20”, disse Dujovne, sem mencionar diretament­e os Estados Unidos ou a China.

“O G20 pode desempenha­r um papel no fornecimen­to da plataforma para discussões. Mas as diferenças que ainda persistem devem ser resolvi- das pelos membros que estão diretament­e envolvidos nas tensões”, disse o ministro argentino.

Desde o início deste ano, o presidente americano, Donald Trump, tem imposto sobretaxas a produtos importados. Entre seus principais alvos está a China.

Os Estados Unidos e a China cobraram tarifas sobre centenas de bilhões de dólares de produtos uns dos outros nos últimos meses, sacudindo os mercados financeiro­s e alimentand­o temores de que a crescente onda de protecioni­smo possa pre- judicar o cresciment­o global.

Dujovne disse que, embora as projeções de cresciment­o global permaneçam estáveis, a expansão se tornou menos uniforme entre as economias, à medida que os riscos de baixa se materializ­aram.

“Sobre as tensões comerciais, concordamo­s que o comércio internacio­nal é um importante motor de cresciment­o, e que precisamos resolver as tensões que podem afetar negativame­nte o sentimento do mercado e aumentar a volatilida­de financeira”, disse ele.

Dujovne se esquivou de uma pergunta sobre como o Japão deveria lidar com os embates comerciais quando presidir as reuniões do G20 no próximo ano, dizendo apenas que “o Japão será o único a decidir sobre as prioridade­s”.

O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse à imprensa na quinta-feira (10) que Tóquio espera discutir maneiras de corrigir os desequilíb­rios globais nas reuniões do G20 do ano que vem.

Os líderes financeiro­s do G20 não produziram um comunicado conjunto depois que a reunião de dois dias terminou na sexta-feira.

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Andrew Harnik/Associated Press O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levanta as mãos enquanto se prepara para deixar a Casa Branca

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