Folha de S.Paulo

Show de Roger Waters em Brasília vira disputa entre ‘ele não’ e ‘ele sim’

- Angela Boldrini

O show do roqueiro britânico Roger Waters, exPink Floyd, virou uma batalha de gritos de apoiadores e opositores de Jair Bolsonaro (PSL).

Na noite de sábado (13), o músico exibiu novamente a tela em que lista o político como neofascist­a. No lugar onde o nome de Bolsonaro apareceu na primeira apresentaç­ão de Waters em São Paulo, na terça (9), uma tarja com os dizeres: “ponto de vista político censurado”.

A insinuação, também exibida no segundo show da capital paulista, foi o suficiente para iniciar uma batalha de gritos “ele não” e “ele sim” no estádio Mané Garrincha, junto de vaias e aplausos.

Nas arquibanca­das, reinou o “ele não”. Uma faixa trazia os dizeres “we will resist” (vamos resistir). Cartazes de “ele não” também pulularam no público. Alguns poucos frequentad­ores foram ao show com camisetas da seleção brasileira.

Na pista, o público se dividiu. Na premium, em frente ao palco, onde os ingressos chegam a custar R$ 720, ouviram-se gritos de “mito, mito!”.

Em “Mother”, do álbum “The Wall”, um coro de “não” se fez ouvir das arquibanca­das após o verso “mother, should I trust the government?” (mãe, eu deveria confiar no governo?). Em seguida, o telão exibiu os dizeres: “nem fudendo”.

Nas redes sociais, eleitores de Bolsonaro se mostravam indignados durante a semana. Um homem chegou a dizer que registrari­a boletim de ocorrência contra o inglês, que estaria “incitando a violência”.

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