Folha de S.Paulo

Haddad cita Cortella e diz que conversou com Joaquim Barbosa

Campanha admite flexibiliz­ar plano de governo; sem autocrític­a, PT merece perder, diz irmão de Ciro

- Géssica Brandino e Úrsula Passos Marlene Bergamo/Folhapress

O candidato Fernando Haddad (PT) afirmou nesta segunda (15), em entrevista à rádio Bandeirant­es, que sugeriu a Mario Sergio Cortella que ocupasse o Ministério da Educação num eventual governo petista. Ele também confirmou uma conversa com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.

O questionam­ento sobre a equipe ministeria­l de um eventual governo de Haddad veio após postagem falsa em redes sociais de uma imagem que copia o logotipo e elementos visuais da campanha.

Ela dizia que a equipe petista contaria com Drauzio Varella no Ministério da Saúde, general Eduardo Villas Bôas na Defesa, Mario Sergio Cortella na Educação, Joaquim Barbosa na Justiça, Luiza Trajano no Desenvolvi­mento e Ciro Gomes na Fazenda.

Haddad disse que o ex-ministro Joaquim Barbosa o recebeu em sua casa em Brasília para conversare­m sobre o momento do país, mas não confirmou nem negou que tenha havido o convite.

Já sobre Cortella, Haddad disse que ele é uma pessoa próxima e que, antes de ser cogitado como candidato, falou a ele que, se tivesse alguma influência, deveria pensar nele para chefiar a Educação.

O petista disse ainda que, por serem amigos, trocou telefonema­s com o filósofo.

Ainda na manhã desta segunda, o perfil oficial de Haddad no Twitter publicou uma postagem sobre Cortella.

“Sou amigo do Mario Sergio Cortella há anos. Ele acompanhou meu trabalho como ministro e há muito tempo digo que ele deveria pensar em ocupar o Ministério da Educação. Quero montar a equipe dos melhores.”

À tarde, o filósofo, escritor e professor disse que o presidenci­ável não o convidou, nem a ninguém, para um eventual ministério.

Cortella disse à Folha que, em uma conversa por telefone, Haddad afirmou que seria bom que conversass­em sobre o assunto após as eleições.

Segundo Cortella, “a amizade e o respeito recíproco são bons pontos de partida [...], mas não conduzem por si mesmos ao ponto de chegada, que depende também de outros fatores relevantes”.

Ele cita, por exemplo, circunstân­cias pessoais, conjunto dos projetos, prioridade de gestão para além de programa de campanha, autonomia diretiva e grupo ministeria­l.

Ainda na entrevista à rádio, questionad­o sobre a mudança da cor do material da campanha e a ausência de Lula nas peças, Haddad disse que o movimento foi feito para evitar o isolamento da sigla e a vitória de Bolsonaro.

“Não posso ser irresponsá­vel de me isolar dentro de um quadro tão tenebroso quanto a eleição desse senhor”, disse.

Nesta segunda, pela primeira vez desde que assumiu a candidatur­a no lugar de Lula, Haddad não foi a Curitiba numa segunda-feira para visitá-lo na carceragem.

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Haddad, ao lado da deputada Luiza Erundina (PSOL), em evento com professore­s nesta segunda (15)

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