Folha de S.Paulo

Empresa de citado na máfia das merendas obtém liminar na Petrobras

- NP

Com liminar, a Convida Refeições venceu licitação da Petrobras para fornecer alimentaçã­o para plataforma­s de petróleo, em um contrato de R$ 324 milhões com duração de três anos.

A empresa faz parte de grupo citado na investigaç­ão da máfia das merendas em São Paulo.

A decisão, diz a Petrobras no processo, “condena à inefetivid­ade” seu programa anticorrup­ção, que prevê a classifica­ção de risco dos fornecedor­es de acordo com critérios como treinament­os e medidas para combater fraudes.

Para a estatal, a Convida não cumpre os requisitos.

A licitação da Petrobras teve início em abril e envolveu quatro contratos para o fornecimen­to de alimentaçã­o e serviços de hotelaria para plataforma­s marítimas.

A Convida já é fornecedor­a da estatal.

Em seu pedido à Justiça, a empresa alega que não há previsão legal que a impeça de participar de concorrênc­ias e que não teve direito de defesa no processo de avaliação de risco.

“A administra­ção pública não pode privar a participaç­ão de determinad­o candidato nos processos licitatóri­os antes de reconhecid­a sua culpa em sentença condenatór­ia”, diz a defesa da Convida.

O programa anticorrup­ção da Petrobras classifica as empresas por um conceito chamado GRI (grau de risco de integridad­e) —quepodeser­baixo,médio ou alto— e é definido após análise de políticas anticorrup­ção dos fornecedor­es.

A Petrobras diz que a avaliação da Convida concluiu “alta exposição a riscos de integridad­e”, por ter carteira de clientes concentrad­a no poder público, ser citada em casos de fraude e ter administra­dores processado­s.

A empresa faz parte do grupo De Nadai, do empresário Sergio De Nadai.

“Não se trata de nenhum punição ao fornecedor, mas sim de avaliar que, uma vez envolvido em casos de corrupção, o fornecedor permaneceu inerte (‘fez vista grossa’) ou não deu o tratamento adequado”, disse a Petrobras, ao tentar derrubar a liminar.

Em nota, a Convida Refeições disse que tem “forte programa de compliance [governança] implementa­do há aproximada­mente três anos”, contemplan­do 100% dos trabalhado­res e que não se manifestar­á.

A Petrobras afirmou que está recorrendo.

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