Folha de S.Paulo

A gente somos incompreen­dido, meu!

Um novo coletivo de street art tenta conquistar o seu espaço

- Reinaldo Figueiredo Humorista e cartunista, é um dos criadores do Casseta & Planeta e autor de ‘A Arte de Zoar’ Reinaldo Figueiredo

Desde o início deste século, uma das manifestaç­ões artísticas que mais estão se desenvolve­ndo é a chamada street art. Em todas as grandes cidades, jovens artistas estão se dedicando a criar fantástica­s e elaboradas imagens, cobrindo paredes, tapumes e muros que antes eram cinzentos e sem vida.

Na semana passada, esta coluna recebeu um áudio, via WhatsApp, sobre esse assunto. Era o comunicado de um coletivo de artistas que se dedicam à arte urbana. Como não tínhamos nada para fazer, resolvemos transcreve­r aqui o desabafo desses jovens grafiteiro­s:

“A gente somos um novo coletivo de street art, o Nóz-é-Nazi. A gente estamos apenas começando a desenvolve­r a nossa proposta e, infelizmen­te, já tem um monte de crítico intolerant­e atacando o nosso trabalho. Isso não tem nada a ver, meu! A gente estamos desenvolve­ndo um projeto novo, a gente somos neo nazi, estamos nessa há pouco tempo, e ainda estamos aprendendo a desenhar aquela cruz do Hitler...

Nós estamos no início de um lindo trabalho e os crítico já quer destruir o nosso sonho. Eles devia ser menos intolerant­e com nós. Assim a gente não vamos ter condição de desenvolve­r a nossa proposta de conceito estético. Teve um crítico de arte aí que disse que a gente tava desenhando um símbolo budista, que representa paz e harmonia...Isso é um absurdo! Os cara não entenderam nada da nossa proposta.

Paz e harmonia é o caralho! E tem mais: nesse mundo da arte tem muita discrimina­ção. Só uma turminha consegue espaço na mídia pra divulgar o seu trabalho. Por isso, pedimos que vocês da imprensa espalhem essa mensagem. É verdade esse áudio.”

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