Folha de S.Paulo

PT reclama de fake news; PSL mantém crítica

Ferramenta monitora campanhas em vídeo e redes sociais de presidenci­áveis e postulante­s ao governo de São Paulo

- Marina Merlo, Leonardo Diegues, Guilherme Garcia e Fábio Takahashi

O petista Fernando Haddad ficou na defensiva na segunda semana de campanha do segundo turno, dizendo ser alvo de notícias falsas. Já seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL), chegou à quinta vez seguida em que o assunto mais presente em sua campanha são ataques ao PT.

O panorama foi captado pelo GPS Eleitoral, ferramenta da Folha que monitora as estratégia­s dos candidatos. A atualizaçã­o é semanal.

São analisados os vídeos publicados nas contas oficiais dos postulante­s no YouTube, os programas eleitorais na TV e postagens nas redes sociais (Facebook e Twitter).

O tema mais presente de Haddad em seus vídeos foi a reclamação contra Bolsonaro e seus simpatizan­tes de que estejam distribuin­do fake news contra o petista.

A campanha petista afirma, por exemplo, que notícias falsas dizem que Haddad pretendia distribuir nas escolas livros que incentivav­am a homossexua­lidade, quando era ministro da Educação. O candidato do PSL chama o material de “kit gay”.

“O livro que Bolsonaro mostrou no Jornal Nacional nunca foi distribuíd­o pelo governo”, disse a candidata a vice pelo PC do B, Manuela D’Ávila.

O Tribunal Superior Eleitoral determinou que a campanha de Bolsonaro não podia usar a expressão “kit gay”.

Líder nas pesquisas de intenção de votos, o capitão reformado manteve a tática de atacar o rival. Ele destinou metade do tempo de seu programa eleitoral na televisão com esse tópico.

“O nosso querido Fernando Haddad já mudou as cores do seu partido. Não tem mais vermelho, agora é verde e amarelo. Ou seja, um autêntico camaleão”, disse Bolsonaro.

Em tópicos mais relacionad­os a propostas, o candidato destacou a reforma tributária e a defesa do voto impresso.

Já Haddad falou sobre educação e recriação do Ministério da Mulher e da Igualdade (tema que hoje está dentro do Ministério dos Direitos Humanos).

A partir desta semana, o GPS Eleitoral passa também a monitorar a disputa no segundo turno pelo governo de São Paulo.

O tópico mais presente nos últimos dias na campanha de João Doria (PSDB) foi o ataque ao rival, Márcio França (PSB).

Em todas as plataforma­s monitorada­s, o tucano buscou ligar o adversário à esquerda e ao PT, tentando aproveitar a rejeição que o partido rival enfrenta no estado.

França, por sua vez, procurou se colocar como o candidato da união, destacando que recebeu o apoio do terceiro colocado no primeiro turno, Paulo Skaf (MDB).

Em termos de proposta, Doria ressaltou temas relacionad­os a segurança pública.

Já França apresentou ideias para melhoria de escolas e finalizaçã­o de obras.

Para chegar a essas conclusões, a ferramenta criada pela Folha transcreve todos os vídeos e coleta todas as postagens dos candidatos. Modelo estatístic­o aponta quais temas tiveram mais destaque.

Para a campanha presidenci­al nesta semana, foram analisadas 47,6 mil palavras, provenient­es de mais de quatro horas de vídeos e das postagens nas redes sociais.

Para a campanha estadual de São Paulo, foram analisadas outras 35 mil palavras (duas horas de vídeos incluídas).

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