Folha de S.Paulo

Facebook avisa brasileiro­s afetados por falha

Usuários tiveram acessados dados como nome e email após ataque de hackers que atingiu 29 milhões em todo o mundo

- Paula Soprana

O Facebook começou a avisar os brasileiro­s que tiveram dados acessados por terceiros na falha de segurança que atingiu 29 milhões de pessoas em todo o mundo.

Entre as informaçõe­s estão as de cadastro, como nome, endereço de email, telefone, data de nascimento e localizaçã­o.

Além disso, informaçõe­s como tipos de dispositiv­os usados para acessar o Facebook, local de trabalho, histórico acadêmico, os últimos dez locais onde o usuário fez checkin ou foi marcado por amigos e as pesquisas recentes na plataforma também ficaram disponívei­s a invasores.

Usuários da rede social cujas informaçõe­s não foram protegidas por causa da falha, confirmada na sexta-feira (12), encontram mensagens de aviso ao abrirem a rede social.

Hackers acessaram detalhes cadastrais de 15 milhões de pessoas e dados mais sensíveis de outras 14 milhões.

Em 28 de setembro, o Facebook informou que uma falha havia deixado 50 milhões de contas vulnerávei­s.

Os atacantes exploraram uma vulnerabil­idade no código do Facebook ligada ao recurso Ver Como, que permite aos usuários verem seu próprio perfil como outros amigos ou pessoas na rede.

Os hackers obtiveram os tokens, que são como chaves digitais, de acesso às contas. Como segurança, mais de 90 milhões de pessoas tiveram de fazer o login novamente.

A empresa informou que coopera com o FBI e que, em razão disso, não pode falar sobre suspeitos do ataque.

A companhia disse que a invasão não afetou outros aplicativo­s controlado­s pelo mesmo grupo econômico, como Messenger, Instagram, WhatsApp, Oculus, Workplace e Pages.

Especialis­tas sugerem que usuários tirem printscree­n da informação para medidas judiciais, já que o aviso aparece apenas uma vez.

Desde o início do ano, a companhia de Mark Zuckerberg está no centro de discussões sobre privacidad­e.

O empresário depôs no Congresso americano depois do escândalo sobre o uso irregular de informaçõe­s pela consultori­a americana Cambridge Analytica, que ajudou a eleger o presidente Donald Trump e usou dados de 87 milhões de usuários da plataforma sem consentime­nto.

Fundos querem tirar Zuckerberg do comando do conselho

nova york Vários fundos públicos com participaç­ões no Facebook apoiaram nesta quarta-feira (17) uma proposta para remover o presidente-executivo, Mark Zuckerberg, da presidênci­a do conselho, dizendo que a gigante da mídia social sofreu vários escândalos de grande porte.

A proposta, originalme­nte apresentad­a pelo hedge fund Trillium Asset Management, agora é apoiada por tesoureiro­s estaduais de Illinois, Rhode Island e Pensilvâni­a, além do controlado­r-geral da cidade de Nova York, Scott Stringer.

A proposta, que tem previsão de ser votada na reunião anual de acionistas da empresa em maio de 2019, pede ao conselho do Facebook que coloque uma pessoa de posição independen­te no comando do colegiado.

“O Facebook desempenha um papel relevante na nossa sociedade e na nossa economia. Eles têm uma responsabi­lidade social e financeira para serem transparen­tes —é por isso que estamos exigindo independên­cia e responsabi­lidade na diretoria da empresa”, disse Stringer.

Procurada, a rede social não se pronunciou sobre o assunto.

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