Folha de S.Paulo

Apaixonada por moda, era influencia­dora na internet

- Thaiza Pauluze coluna.obituario@grupofolha.com.br

Desde criança Mari preferia roupas a brinquedos. Ficava na lanchonete da família, em Campo Grande (MS), dançando a ragatanga do Rouge, no início dos anos 2000. E, com os clientes que não davam uma gorjeta alta, era ela a mais brava. O gosto pela moda e a personalid­ade forte, mais tarde, lhe dariam um canal no YouTube e mais de 5.000 seguidores no Instagram.

Influencia­dora digital, Mariana queria estudar moda, mas o conselho foi de que na capital sul-mato-grossense não teria mercado. Optou então pelo curso de estética —ideal para quem não saía do quarto sem se maquiar, mesmo que só para a vista dos pais.

Aprendeu tudo sobre sobrancelh­a, unha em gel, limpeza de pele, drenagem linfática, cabelo —a ruiva já tinha sido morena, loira, lisa, cacheada. Nas redes sociais, dava dicas de produtos e técnicas de beleza, ainda mais agora que estava fazendo transição capilar, para ter de volta as ondas naturais.

Também compartilh­ava sua rotina de saúde e alimentaçã­o. Era viciada em academia e gravava tudo para os seguidores. Não dispensava ainda a velocidade ao dirigir e até ganhou o apelido de Mari Toretto —sobrenome de um dos protagonis­tas do filme “Velozes e Furiosos”.

Em junho, ganhou do pai seu próprio estúdio de beleza. No contêiner com seu nome, passou a atender com hora marcada. Mas já tinha perguntado aos pais se ficariam bravos de o salão ir com ela para São Paulo, onde sonhava se especializ­ar na área.

Antes, iria para os EUA com o namorado. Estavam tirando os passaporte­s rumo a Las Vegas e Nova York, cidades que sempre quis conhecer.

A última foto postada no Instagram de Mariana Morel é da tatuagem que fez com a mãe na mesma semana em que foi internada. Já estava sentindo dores na barriga, mas insistiu em escrever a frase “amor que não se pede” nela e “amor que não se mede” em Silvana.

Pareciaque­rermesmode­ixar a última mensagem gravada. A blogueira morreu no dia 9 de outubro, aos 21 anos, em decorrênci­a de uma pancreatit­e aguda e infecção generaliza­da. Deixou o irmão, Renato, o pai, Afonso, a mãe, Silvana, o namorado, Jefferson, uma sobrinha e uma afilhada.

MARIA DE OLIVEIRA FREITAS Aos 97, viúva de Pedro Batista de Freitas.

WILHELM STOZEK Aos 87, casado com Hildegard Ingeburg Muller Stozek.

7º DIA

JOSÉ MOFARREJ Nesta quinta (18/10) ao meio-dia, Igreja São José, rua Dinamarca, 32, Jardim Europa

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