Prepare-se para encarar altos e baixos em Morro de São Paulo
Em Morro, as praias são nomeadas em sequência: Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta. Quanto menor o número da praia, mais perto ela fica da vila —e suas lojas, pousadas e restaurantes ao longo da rua principal.
Com mais ondas, a Primeira Praia é menos frequentada pelos turistas, que se concentram, sobretudo, na Segunda, em razão da boa estrutura de restaurantes e das águas tranquilas.
A Terceira é o ponto de saída dos passeios de barco. Já a principal atração da Quarta Praia são as piscinas naturais que se formam na maré baixa. Ali, nem é preciso mergulhar para ver peixes.
À frente, está a Quinta, também conhecida como praia do Encanto. Com poucos hotéis, é ideal para se afastar da muvuca. Quando a maré fica baixa, ganha uma larga faixa de areia, emoldurada por um manguezal.
Outra praia que merece ser visitada é a Gamboa. Dá para ir para lá de barco ou por uma caminhada de cerca de 40 minutos, a partir do píer de Morro de São Paulo. O percurso só pode ser feito na maré baixa e passa por meio de pedras e pontes não muito seguras.
Turistas lambuzados de lama dos pés à cabeça são sinal de que se chegou ao povoado da Gamboa. Ali, há um paredão de argila, anunciada como medicinal.
A praia tem quiosques para quem quer passar o dia no local e, para almoço, uma boa opção é o restaurante Nativas, na vila de pescadores. O arroz de polvo, para duas pessoas, custa R$ 110.
O viajante que não tem muito tempo pode ter uma noção geral do arquipélago ao fazer um passeio de barco de volta à ilha, que para em alguns pontos de Boipeba e no centro histórico do município, em Cairu. Custa R$ 130 por pessoa.
Quem diz ter criado o passeio é o Alemão, folclórico guia turístico de Morro. Capixaba, ele viajou para o povoado há 28 anos e, apaixonado pelo destino, por lá ficou.
Além de saber tudo sobre o arquipélago, Alemão é conhecido por se apresentar para os turistas com o seu trompete de mão —com a boca, faz o som do instrumento, simulando-o com as mãos.
Se quiser conhecê-lo e não o vir tocando pelas ruelas de Morro, basta perguntar a qualquer morador, que com certeza saberá onde encontrá-lo.
As praias, pelo menos fora da alta temporada, são quase desertas. No começo de setembro, havia mesas de sobra no restaurante do Guido, que prepara a lagosta mais famosa da ilha, na praia da Cueira.
A 20 minutos de caminhada da vila de Boipeba, a praia é uma das mais bonitas da região, com altos coqueiros que fazem sombra à faixa de areia.
Guido começou ali há 36 anos, servindo o prato aos turistas em um carrinho de mão. Com o sucesso, montou o próprio restaurante, mas ainda cozinha no meio da praia, em um fogão a lenha fincado na areia. Uma lagosta na manteiga, para duas pessoas, sai por R$ 150. O drinque Boipeba é um dos mais pedidos, feito de vodca, abacaxi, manjericão, manga, tomate e maracujá. Custa R$ 20.
Mas a baixa temporada tem suas desvantagens. Ao passar de barco sobre as piscinas naturais de Moreré, mal dá para reconhecer as fotos vistas durante o planejamento da viagem, que mostravam um mar cristalino, à la Caribe.
É entre os meses de novembro e março, quando as águas ficam mais claras, que é possível aproveitar melhor o mergulho por ali.
Mas em qualquer época vale visitar a Ponta dos Castelhanos, no sul da ilha. No encontro do rio Catu com o oceano, forma-se uma ponta de areia que fica à mostra na maré baixa, assim como um banco de corais. A forma mais fácil e segura de chegar é de barco, mas também há trilhas até lá.
Na praia, uma barraca de pastel, com versões bem recheadas, faz sucesso com os turistas. O pastel de lagosta com banana sai por R$ 14.
Perto dali, no fundo do mar, está o navio espanhol Madre de Dios, que afundou na região em 1535. Os restos da embarcação ainda podem ser vistos por quem mergulha com cilindro na região.