Folha de S.Paulo

Tecnologia ajuda a limpar banheiro de aeroporto

Software monitora higiene de sanitários, aspecto mais importante na avaliação de passageiro­s, segundo pesquisa

- Shivani Vora The New York Times, tradução de Paulo Migliacci

As companhias de aviação continuam a reduzir o tamanho dos banheiros em seus aviões, para abrir espaço a mais assentos na classe econômica, o que os torna praticamen­te inacessíve­is para os passageiro­s altos ou com excesso de peso. Mas agora mais viajantes poderão buscar conforto em um lugar que antes costumavam evitar: os banheiros dos aeroportos.

Aqueles espaços precários e nada atraentes —com fechaduras enguiçadas nas cabines, máquinas de toalhas de papel vazias e assoalhos que sempre pareciam estar precisando de faxina— por muito tempo foram a última escolha para os passageiro­s frequentes.

Mas agora um número cada vez maior de aeroportos parece ter reconhecid­o que banheiros limpos são um aspecto importante das viagens e começaram a tomar medidas para melhorar as condições de suas instalaçõe­s.

“Se você deseja propiciar uma experiênci­a agradável no aeroporto, banheiros limpos são essenciais”, disse Dimitri Coll, diretor associado do Conselho Internacio­nal de Aeroportos (ACI, na sigla em inglês), a organizaçã­o setorial dos aeroportos mundiais, que recentemen­te conduziu uma pesquisa entre viajantes que enfatizava a importânci­a da limpeza dos aeroportos.

De acordo com o relatório “Qualidade de Serviço de Aeroportos: Limpeza de Aeroportos”, que foi publicado neste ano, a limpeza dos sanitários, combinada à do terminal em geral, afeta mais a avaliação dos passageiro­s do que qualquer outro aspecto da infraestru­tura.

Sete aeroportos dos Estados Unidos —entre os quais o Internacio­nal de Los Angeles, o Hatsfield-Jackson Internacio­nal, de Atlanta, e o Aeroporto Interconti­nental George Bush, em Houston— investiram em um novo sistema de software chamado Trax SmartRestr­oom, cujo objetivo é manter os banheiros dos terminais mais limpos e ajudar a reduzir as filas, para uso mais eficiente dos lavatórios.

Tracy Davis, vice-presidente de vendas e desenvolvi­mento de negócios da Infax, uma das três empresas que colaborara­m no desenvolvi­mento do software (as duas outras são a Avius e a Tooshlight­s) afirma que o sistema envolve múltiplos componente­s e que os aeroportos podem escolher as partes dele que preferirem.

Primeiro, cada banheiro equipado com o SmartRestr­oom tem luzes sobre as porta das cabines, para indicar se elas estão em uso: luz verde quer dizer disponível, luz vermelha, ocupada.

O software também tem um sensor de contagem na porta do banheiro que rastreia a entrada e a saída de usuários.

Quando a circulação atinge um número predetermi­nado pelo sistema, um alerta é enviado ao supervisor da faxina, indicando que é hora de limpar o banheiro —depois de, digamos, 300 pessoas.

E o mais importante para os passageiro­s é que eles têm a opção de deixar comentário­s sobre suas visitas ao banheiro, em um tablet posicionad­o na saída. Quando o usuário faz uma queixa, o relatório é encaminhad­o ao supervisor dos serviços de limpeza, que pode enviar um empregado para resolver o problema o mais rápido possível.

Tracy Davis disse que os aeroportos investem entre US$ 25 mil (R$ 93 mil) e US$ 250 mil (R$ 928 mil) no sistema SmartRestr­oom, a depender do nível de instalação.

Dois aeroportos na área de Washington —o Ronald Reagan e o Washington Dulles Internacio­nal— estão oferecendo um novo aplicativo, chamado Inspection Assist, cujo objetivo é minimizar a probabilid­ade de que um viajante encontre o banheiro sujo.

 ??  ??
 ?? Fotos Divulgação ?? No alto, entrada do banheiro do Aeroporto Internacio­nal Hatsfield-Jackson, de Atlanta, que pode ser avaliado por um tablet (acima)
Fotos Divulgação No alto, entrada do banheiro do Aeroporto Internacio­nal Hatsfield-Jackson, de Atlanta, que pode ser avaliado por um tablet (acima)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil