Folha de S.Paulo

Apresentaç­ão especial

- Natalia Engler

A tradiciona­l projeção com acompanham­ento de orquestra no Auditório Ibirapuera traz este ano um filme que gerou polêmica em sua época: “A Caixa de Pandora”, de Georg Wilhelm Pabst, que será exibido no dia 27, às 19h, com trilha executada no palco pela Orquestra Jazz Sinfônica.

Marcado pela sensualida­de, o filme não foi bem recebido no lançamento, em 1929, e acabou esquecido por anos. Até que um renovado interesse por sua estrela, Louise Brooks, levou a película a ser reavaliada nos anos 1950 e classifica­da como uma produção à frente de seu tempo, com uma das primeiras aparições de uma personagem lésbica na história do cinema. O roteiro de Pabst é baseado em duas peças de Frank Wedekind, “O Espírito da Terra” e “A Caixa de Pandora”.

Brooks, hoje considerad­a uma das grandes estrelas do cinema mudo, interpreta a sedutora dançarina Lulu, que coleciona amantes e causa estragos por onde passa. Na Alemanha da República de Weimar, ela se envolve com o rico dono de um jornal, que já está de casamento marcado, mas a noiva flagra os amantes e rompe o compromiss­o. Ele então se casa com Lulu, mas, depois das bodas, flagra-a na cama com outros homens e tenta matá-la. No entanto, é a dançarina que acaba assassinan­do o marido. Condenada a pagar pelo crime, Lulu foge com a ajuda do filho da vítima, que também é apaixonado por ela. No exílio, eles se envolvem em uma trama de obsessão e exploração, que os leva à ruína.

Para a exibição, a Jazz Sinfônica, sob o comando do maestro Fábio Prado, executa uma partitura composta em 1997 para acompanhar a restauraçã­o do filme, de autoria do alemão Peer Raben, conhecido por seus trabalhos com o cineasta Rainer Werner Fassbinder, como “Berlin Alexanderp­latz”.

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Louise Brooks e Gustav Diessl no filme de Georg Wilhelm Pabst

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