Folha de S.Paulo

Netflix no cinema

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Não é exagero dizer que “Roma” é candidato a obra mais imperdível da 42ª Mostra. Embora seja uma produção da Netflix, que estará na grade da plataforma em dezembro, é um filme para se ver no cinema, ambiente para o qual sua rica fotografia em preto e branco foi pensada. E será apenas uma chance, na sessão de encerramen­to.

Mais talentoso entre os diretores mexicanos que conquistar­am Hollywood, Alfonso Cuarón é também o dono da filmografi­a mais consistent­e e o mais fiel às raízes.

“Roma” é o seu auge, o que não é pouca coisa, consideran­do que o cineasta legou pérolas como “E Sua Mãe Também” (2001) e o subestimad­o “Filhos da Esperança” (2006).

A trama do novo filme, ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza, acompanha a relação de uma empregada de origem indígena com os seus patrões brancos, uma família de classe média-alta, na capital mexicana nos anos 1970. Brasileiro­s vão entender bem todas as sutilezas daquele abismo social. Em determinad­o momento, a moça engravida, e tudo chacoalha naquele universo.

Após causar furor nos festivais, “Roma” é aposta certa entre os indicados ao Oscar de filme estrangeir­o (pelo México) e já é tido como favorito para abocanhar a estatueta.

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Cena de ‘Roma’, de Alfonso Cuarón

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