CAMPANHA NO CELULAR
Barbies e celebridades entram no jogo político
A complexa fauna criada nos grupos de WhatsApp ganhou nesta semana a passagem de bonecas revoltadas com o PT, a reaproximação entre juízes malvados e a esquerda festiva e uma profusão de montagens de famosos abraçando figuras políticas —com os respectivos selos “fake news”.
Mas o protagonismo foi dado ao Nordeste. A única região do país em que Jair Bolsonaro (PSL) perdeu para Fernando Haddad no primeiro turno virou território do bangue-bangue entre petistas e eleitores do capitão reformado, com reflexo imediato nas redes sociais.
Nos grupos de WhatsApp, apoiadores dos dois candidatos replicaram memes e campanhas para ganhar o voto dos nordestinos. Muitos deles apostaram que os jingles com balanço do forró ou do reggae poderiam surtir algum efeito para converter adversários e indecisos.
No meio da festa, a atriz Luana Piovani deu seu apoio a Bolsonaro. Ao menos é o que disseram as más línguas. Depois, a atriz gravou áudio dizendo que tinha sido vítima de montagem. “Sou totalmente contra o PT e sou totalmente contra o Bolsonaro, não acho que ele seja a solução”, declarou.
O médico, escritor e colunista da Folha Drauzio Varella virou jogador de dois times sem saber como. Foi confirmado como Ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando Haddad (PT) em mensagens replicadas pelos grupos formados nas redes. Em nenhum dos casos a informação era verdadeira.
Enquanto isso, Barbies de diversos estilos falavam barbaridades contra o PT à beira da piscina ou em Paris. As imagens eram disparadas de páginas no Facebook, no Twitter e no Instagram. “Eu particularmente não acho que exista racismo no Brasil”, declarou uma delas.
Por fim, internautas de esquerda fizeram as pazes com os juízes que tentaram limitar o uso do WhatsApp em um passado recente. Parte dos opositores da toga resgatou a ideia de que o WhatsApp deve ser derrubado até o fim das eleições.