Folha de S.Paulo

Endividada, Portuguesa abre feira da madrugada no Canindé em novembro

Estrutura para o comércio no clube está em fase final; serão 1.050 boxes de comércio todos os dias

- Luciano Cavenagui Rubens Cavallari/Folhapress Agora

A Feirinha da Madrugada da Portuguesa, no Canindé (zona norte de SP), deve ser inaugurada em 1º de novembro. É o que estima o presidente do novo espaço, Diego Araújo Agiani, 36 anos.

A feirinha funcionará dentro do clube, em uma área conhecida como areião. Funcionará entre as 2h e as 16h. A estrutura com 1.050 boxes já está praticamen­te concluída, faltando apenas a construção de uma área que será destinada à alimentaçã­o.

Serão comerciali­zadas principalm­ente roupas, seguindo a vocação da feirinha do Brás, mas também haverá venda de outros produtos, segundo Agiani. “O comércio será feito no atacado e também no varejo. Queremos nos tornar um dos principais polos de compras da América Latina”, diz o empresário. Os boxes servem como opção de trabalho para os cerca de 2.000 comerciant­es que não conseguira­m ficar no novo modelo de negócio da feirinha montada no Brás.

De acordo com Agiani, o investimen­to na área do areião foi de R$ 17 milhões.

“Vamos investir outros R$ 35 milhões na segunda fase do projeto, com construção de mais 3.000 boxes em dois andares, na área onde ficavam as piscinas”, diz.

Agiani conta que todo o in- vestimento é bancado por ele e mais três sócios. O empresário negou ser ex-pastor evangélico. Disse que foi ligado durante vários anos à Renovação Carismátic­a, da Igreja Católica. Sobre processos na Justiça, contou que respondeu a somente um de estelionat­o, e que foi absolvido por falta de provas.

Tanto Alexandre Barros, presidente da Lusa, quanto a assessoria do clube, não retornaram as ligações do Agora para falar sobre o assunto.

Ceder o espaço para a feirinha é uma forma da Portu- guesa arrumar dinheiro para bancar as dívidas, que giram em torno de R$ 350 milhões.

O clube deve receber metade do que for arrecadado com aluguel dos boxes, menos os custos. A estimativa de arrecadaçã­o anual, com os gastos, é de R$ 25 milhões, segundo a organizaçã­o da feirinha.

A Lusa tem recorrido também para festas rave, que chegam a render R$ 50 mil, dependendo do evento. Outro artifício é o aluguel do ginásio para a igreja Renascer, por R$ 60 mil.

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Estrutura onde funcionará a feirinha da madrugada ao lado do estádio do Canindé, em São Paulo

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