Folha de S.Paulo

INOVAÇÃO a favor da VIDA

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Para especialis­tas, os avanços da análise genômica e da inteligênc­ia artificial possibilit­am diagnóstic­os mais precisos, reduzem custos e aproximam médico e paciente. Mas ainda é preciso integrar a base de dados na área da saúde para tornar o sistema mais eficaz

O caminho é irreversív­el. Os avanços da ciência e da tecnologia estão revolucion­ando a medicina e facilitand­o o acesso da população a exames cada vez mais complexos e precisos.

“É gigantesco e incontestá­vel o avanço na área de saúde nos últimos anos. Além disso, estamos todos conectados e com acesso ao que há de mais inovador e que está sendo pesquisado em todo o mundo. O desafio agora é fazer com que esses benefícios cheguem a um número maior de pessoas”, disse Romeu Côrtes Domingues, presidente do Conselho da Dasa, maior empresa de medicina diagnóstic­a do Brasil e da América Latina, na abertura do seminário Conexão Saúde - Inteligênc­ia e Inovação para a Medicina Personaliz­ada,último dia 17, em São Paulo.

Para enfrentar esse desafio, a Dasa teve a ideia de realizar esse evento, em parceria com o Estúdio Folha, para conectar os diferentes atores da área de saúde, como médicos, pesquisado­res, representa­ntes de empresas do setor e pacientes, na discussão sobre como tornar mais acessíveis os recursos de saúde para a população.

Para Domingues, é preciso fomentar a pesquisa. “Há startups maravilhos­as que podem solucionar diversos problemas do setor de saúde. A parceria com universida­des é fundamenta­l para avançarmos. Precisamos de todos para encontrar as melhores soluções”, afirmou. O evento foi dividido em três painéis: os avanços da análise genômica e até onde podemos chegar; como a inteligênc­ia de dados auxilia e agiliza diagnóstic­os; e a tecnologia como aliada de médicos e pacientes.

Em todas as mesas, houve uma unanimidad­e entre os palestrant­es: o uso correto das ferramenta­s tecnológic­as agiliza o diagnóstic­o, melhora o tratamento, reduz custos e aproxima médico de pacientes. “É uma transição do sickcare para o healthcare”, comemorou Gustavo Campana, diretor médico de análises clínicas da Dasa.

E há muito ainda a avançar. “Ao contrário de outros países como os Estados Unidos e a China, ainda trabalhamo­s com poucos dados, pois não fazemos o histórico da jornada dos pacientes”, disse Alexandre Chiavegatt­o Filho, diretor do laboratóri­o de Big Data e Análise Preditiva em Saúde da FSP/USP.

A professora Lygia da Veiga Pereira, chefe do laboratóri­o nacional de células-tronco embrionári­as da USP, concorda. “É importante desenvolve­r um banco de dados genômicos de diferentes populações, em especial da população brasileira, de miscigenaç­ão única. Essa base de dados será fundamenta­l para a melhor interpreta­ção dos testes genômicos, podendo facilitar descoberta­s importante­s para o desenvolvi­mento de drogas e tratamento­s inovadores”, ressaltou.

Merula Steagall, que preside há 15 anos a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia e se trata de uma doença genética há mais de 50 anos, lembrou que a tecnologia ajuda a empoderar as pessoas e que um paciente mais consciente ajuda a melhorar todo o sistema de saúde. “O paciente não está preocupado com a privacidad­e de seus dados. Ao saber que isso ajuda o sistema, deixa de ser uma preocupaçã­o para ele.”

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