Folha de S.Paulo

Em disputas nos estados, França é quem mais gasta

Candidato do PSB tem campanha mais cara para governador no país; tucano aplicou mais recursos próprios no 2º turno

- Felipe Bächtold

Candidato à reeleição em SP, Márcio França (PSB) fez até aqui a campanha mais cara a governador no país. Diz que gastou R$ 15,9 milhões, ante R$ 11,4 milhões do rival, João Doria (PSDB).

A eleição estadual de São Paulo tem algumas das cifras mais altas do país e, até o momento, o candidato à reeleição Márcio França (PSB) faz a campanha mais cara para governador.

França declarou até agora receitas de R$ 15,9 milhões, ante R$ 11,4 milhões de seu adversário no segundo turno, João Doria (PSDB). O tucano decidiu ampliar no segundo turno a aplicação de recursos do próprio bolso na candidatur­a.

Desde a semana retrasada, Doria gastou R$ 1,4 milhão de seu patrimônio na campanha. No primeiro turno, havia colocado bem menos — R$ 600 mil.

Na eleição dele à Prefeitura de São Paulo, há dois anos, os recursos próprios foram fator importante na vitória. Doria bancou na ocasião R$ 4,4 milhões —o equivalent­e a 35% dos recursos em sua campanha municipal.

Neste ano, França lidera a arrecadaçã­o graças a um repasse de R$ 5 milhões do Partido da República, que tem a vice da chapa.

Nas campanhas dos dois, entre os gastos expressivo­s estão produção de programas eleitorais e serviços de táxi aéreo. Os principais candidatos a presidente se deslocaram no primeiro turno em voos de carreira pelo país, à exceção de Geraldo Alckmin (PSDB).

Derrotado na primeira votação, Paulo Skaf (MDB) in- formou receitas até agora de R$ 10,5 milhões.

As prestações de contas são parciais e ainda serão atualizado­s pelos partidos. As campanhas que foram para o segundo turno tendem a ser mais caras porque se estendem por um período maior.

Fora de São Paulo, um outro candidato que vem arcando com elevados custos de sua campanha é Ibaneis Rocha (MDB), que está no segundo turno no Distrito Federal. Estreante em disputas eleitorais, ele é advogado e aplicou R$ 3,47 milhões do próprio bolso até agora.

O ranking das candidatur­as mais caras a governos pelo país também tem como destaque o tucano Antonio Anastasia, em Minas, com R$ 12,5 milhões arrecadado­s, e o já eleito Ratinho Júnior (PSD), no Paraná, com R$ 8,6 milhões. Favorito antes da campanha, Anastasia amarga larga desvantage­m nas pesquisas na disputa com o novato Romeu Zema (Novo), que obteve R$ 1,8 milhão até agora.

O estreante ampliou a arrecadaçã­o após ser o mais votado no primeiro turno, mas ainda está longe, por exemplo, da arrecadaçã­o obtida pelo governador petista Fernando Pimentel, já derrotado.

No alto do ranking de candidatur­as mais caras também estão outros derrotados que eram grandes apostas dos partidos. A maranhense Roseana Sarney recebeu um dos mais altos pagamentos do MDB nacional, R$ 8 milhões —favorecime­nto que gerou recla- mações dentro da própria sigla. Ela perdeu a eleição para Flávio Dino (PC do B), que declarou até agora receitas de R$ 6,85 milhões.

Cida Borghetti, que tentava a reeleição no Paraná, obteve R$ 7 milhões da direção do PP.

Entre os candidatos com campanhas mais caras, partidos aliados, como os que indicaram os vices nas chapas, também ajudaram a custear a campanha. No Amazonas, por exemplo, a candidatur­a do pedetista Amazonino Mendes, que está no segundo turno, é financiada mais pelo PHS do que pelo próprio partido que lidera a coligação. Mendes já arrecadou R$ 5 milhões.

A exemplo das campanhas para presidente e para o Legislativ­o, na eleição para governos os recursos dos partidos, com origem em um fundo público, formam a maior parte das receitas. Vaquinhas tiveram importânci­a lateral.

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Patrícia Cruz/Divulgação Márcio França (PSB), durante campanha em Heliópolis (zona sul de SP)

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