Folha de S.Paulo

Palmeiras vence e mantém liderança no Brasileiro; Corinthian­s empata

- Paulo Vinícius Coelho pranchetad­opvc@gmail.com

O Corinthian­s não jogou bem até o golaço de Jádson, aos 30 minutos do primeiro tempo, no Barradão. Jair Ventura mudou o time outra vez. Em vez de optar por Roger, liberado depois de ser vetado na Copa do Brasil por já ter disputado o torneio pelo Internacio­nal, o centroavan­te foi preterido por Sheik na equipe titular. Em 5 dos 11 jogos sob o comando de Jair, o Corinthian­s não fez gol. A maior urgência é evidente: atacar.

O maior problema não é tão claro. A crise do Corinthian­s, a discussão exagerada sobre a chance de rebaixamen­to, tudo isso teve início depois da janela de transferên­cias, que levou ao exterior sete jogadores e toda a comissão técnica. Saíram Rodriguinh­o, Balbuena, Maycon, Sidcley e os menos cotados Kazim, Léo Príncipe e Marquinhos Gabriel.

Há um ano, o slogan de Fábio Carille para ser campeão brasileiro era: “Meu maior reforço é não perder ninguém.” O Corinthian­s foi campeão brasileiro sem perder nenhum titular, da formação mais escalada em conjunto, na história corintiana. Cássio, Fágner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel; Jádson, Rodriguinh­o, Maycon e Romero; Jô. Nos 14 jogos disputados por esta formação, uma derrota apenas, para a Ponte Preta.

Da equipe histórica, campeã brasileira, sobraram Cássio, Fágner, Jádson e Romero como titulares. Muito pouco.

Uma coisa é perder jogadores como Jô, Pablo e Arana logo depois da campanha do título. Outra foi perder sete jogadores para o exterior durante a janela de transferên­cias e também o treinador. Andrés Sanchez costuma responder: “Qual time perdeu toda a comissão técnica e quatro meses depois estava disputando um título?”. Apesar da perguntape­rtinente,suacrençan­aimpossibi­lidadedema­nteroelenc­o explica a dificuldad­e do segundo semestre.”Não tem jeito”, afirma Andrés, sobre tentar resistir ao êxodo.

Luan continua no Grêmio, Dudu segue no Palmeiras, até Lucas Paquetá, vendido, jogará o Brasileiro até a última rodada. O Flamengo perdeu Vinícius Júnior e Felipe Vizeu em maio. Assim, afastou-se do sonho do campeonato.

O Corinthian­s não será rebaixado. Apesar de ser precoce afirmar isso com o risco que, de fato, existe, não parece concreta a ameaça do descenso. O risco é outro: afastar-se dos títulos. Andrés afirma que o time será forte em 2019, porque será a sequência deste final de ano e trará novos jogadores. A aposta é no amadurecim­ento de Araos e Sergio Diaz e em jovens como André Luís, contratado da Ponte Preta.

Há uma década, esta política era chamada no Palmeiras de “bom e barato.” Saiu caro. Mas não era tão diferente o São Paulo, tricampeão brasileiro, que contratou com baixo custo e transformo­u em ídolos jogadores como Miranda, Lugano, Josué, Danilo e Aloísio.

A decisão de ganhar títulos exige olhar apurado para contratar e esforço para manter o elenco. Volte no tempo e pense em qual campeão brasileiro perdeu sua base durante a campanha. Desde o Cruzeiro de Alex, no primeiro Brasileiro dos pontos corridos, em 2003, o campeão resiste ao êxodo pelo menos até levantar o troféu.

Para ser forte de novo no ano que vem, o Corinthian­s precisará criar condições para fazer o mesmo.

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