Declaração cheira a fascismo, diz FHC; Haddad condena fala
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou no domingo (21) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSLSP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
“As declarações do deputado Eduardo Bolsonaro merecem repúdio dos democratas. Prega a ação direta, ameaça o STF”, afirmou, em rede social.
“Não apoio chicanas contra os vencedores, mas estas cruzaram a linha, cheiram a fascismo. Têm meu repúdio, como quaisquer outras, de qualquer partido, contra leis, a Constituição”, concluiu FHC.
Adversário na disputa presidencial, Fernando Haddad (PT) disse que a fala é uma ameaça ao STF. “Há muito medo de violência por parte de Bolsonaro. Um filho dele chegou a gravar, de um pensamento, se é que se pode chamar de pensamento o que eles falam, é uma coisa tão impressionante que não sei se pensam para falar”, afirmou o petista.
Em discurso durante uma caminhada nas ruas do centro de São Luís, Haddad disse que a família adversária atua como uma milícia.
“O Bolsonaro é um chefe de milícia e os filhos dele são milicianos, são capangas. Não se controla esse tipo de violência. O medo de quem tem juízo só cresce, só quem está anestesiado não tem medo.”
Em nota, o PSOL repudiou “veementemente a manifestação do deputado e sua disposição de coagir o STF. É hora de o Judiciário enfrentar a ameaça neofascista.”
O partido informou que vai representar contra Eduardo Bolsonaro na PGR. Aponta crime de ameaça e atentado contra a divisão de Poderes, contra a democracia e os poderes constituídos. Representará também por desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública.
“Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição !!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica! Sem que se respeitem a Constituição e as leis, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram o Estado democrático de Direito
Celso de Mello
decano do STF